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Ibaneis, Eliana e Rollemberg travam a batalha final

Candidato do MDB quer vencer no primeiro turno, mas os outros dois lutam pela segunda vaga

Autor Hélio Doyle

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
eliana ibaneis rollemberg
1 de 1 eliana ibaneis rollemberg - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Foi difícil resistir ao sono nas duas horas e meia do debate, na Rede Globo, entre sete candidatos a governador. Quase todo o tempo foi gasto com as cansativas declarações de intenções dos candidatos, as tais “propostas” tão incensadas, mas que, se forem detalhadas, não se sustentam de pé.

Os candidatos têm muitas soluções simples, porém erradas, para problemas complexos. E fazem promessas mirabolantes elaboradas com o único intuito de enganar eleitores trouxas, e o pior é que às vezes dá certo.

As trocas de acusações entre eles também foram superficiais e repetitivas, sem nada acrescentar de novo ao que já se sabe de cada um. Quase nada se falou de um fator importante para a decisão do eleitor: como o candidato pretende governar.

Nos debates, isso não tem sido discutido, até pela ausência de candidatos que propõem estilos diferentes, como Alexandre Guerra (Novo) e Paulo Chagas (PRP), mas que não são convidados com base em uma interpretação restritiva, discriminatória e comodista da legislação eleitoral que fazem as emissoras.

É importante saber como o candidato vai montar seu secretariado e escolher os administradores regionais (até agora, falaram genericamente disso) e qual será o papel dessas administrações, como se relacionarão com a sociedade e com os deputados distritais.

Igualmente importante é saber como eles farão para ter maioria na Câmara Legislativa, como cortarão gastos e aumentarão a receita, se manterão mordomias e privilégios, e até mesmo como enfrentarão as dificuldades artificiais criadas pelo Tribunal de Contas do DF para ser, digamos, valorizado.

Houve alguns poucos bons momentos no debate, mas, com exceção de Ibaneis Rocha (MDB) e Rodrigo Rollemberg (PSB), os candidatos mostraram, na maior parte do tempo, que ou não se prepararam ou se prepararam muito mal para o debate.

Júlio Miragaya (PT), por exemplo, tem conhecimento, mas não consegue expressar suas ideias com clareza. Fátima Sousa (PSol) é afirmativa, mas se enrola na argumentação e exagera nos autoelogios. Rogério Rosso (PSD) parece estar encenando e não passa credibilidade. Eliana Pedrosa (Pros) é desconcentrada e apática.

Como a pesquisa do Ibope que seria divulgada ontem à noite teve sua publicação adiada para hoje (3/10), os candidatos dispunham, antes do debate, apenas de seus monitoramentos internos para saber como se situam na corrida eleitoral. Sabiam que Ibaneis lidera e está garantido no segundo turno, que Eliana e Rollemberg disputam a segunda vaga e que Alberto Fraga (DEM) e Rosso estão em queda.

A estratégia – ou a falta de estratégia de cada um deles –, portanto, foi de acordo com esse quadro, tanto na escolha de a quem perguntar como no tom das falas. Ibaneis tentando tirar, para ele, votos dos também azuis Eliana, Fraga e Rosso, e se firmando como opositor-mor do governador.

Rollemberg procurando o voto útil ao se apresentar como única alternativa aos quatro azuis e repetindo – o que faz desde o início da campanha, sem sair do lugar nas pesquisas – sua lista de feitos e do que diz que vai fazer. Fraga e Rosso sem estratégia clara, atirando em Ibaneis e Rollemberg, sem atingi-los mortalmente, a única alternativa que resta aos dois.

Ibaneis acredita que pode evitar o segundo turno se crescer nesses últimos dias com votos que seriam dados a Eliana, Fraga e Rosso, e ganhando indecisos.

Rollemberg conta em superar Eliana com os votos úteis dos que querem evitar a vitória de um azul, que será inevitável se Ibaneis e Eliana forem para o segundo turno. Eliana tenta conter a tendência de queda – que pode ter se acentuado depois do debate – para ter mais votos que o governador.

Logo mais haverá o debate na TV Brasília/Correio, e o Ibope poderá dar um cenário mais preciso, que, naturalmente, será contestado e colocado em dúvida, e amanhã será confirmado ou não pelo Datafolha. Os últimos dias de campanha, já sem rádio e televisão e sem debates, prometem muitas emoções na guerra travada nas redes sociais.

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