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Empreendedorismo feminino: uma realidade crescente

O Brasil possui, hoje, cerca de 52 milhões de empreendedores, sendo 30 milhões (48%) deles mulheres

Autor Cheila Girardello

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mulher negra CEO
1 de 1 mulher negra CEO - Foto: Getty Images

Classificado como o sétimo país com o maior número de mulheres empreendedoras pela pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), realizada pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ), o Brasil possui, hoje, cerca de 52 milhões de empreendedores, sendo 30 milhões (48%) deles mulheres.

Aqui, o empreendedorismo feminino apresentou claros sinais de recuperação depois do forte impacto registrado a partir dos primeiros meses da pandemia de Covid-19. Após recuar para um total de 8,6 milhões de donas de negócio, no segundo trimestre de 2020, o número de mulheres à frente de empresas no país fechou o quarto trimestre de 2021 em 10,1 milhões (mesmo resultado alcançado no último trimestre de 2019). É o que mostra um estudo do Sebrae feito a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE (PNADC).

Já parou para pensar em quantas mulheres empreendedoras você conhece e admira? Mesmo crescente, a realidade do empreendedorismo feminino ainda é de dualidade. O investimento nas empreendedoras gera efeito positivos em cadeia na sociedade, já que elas tendem a direcionar os ganhos para a família e comunidade ao seu redor, além de aumentar o PIB e impulsionar a equidade de gênero. Entretanto, muitas vezes há falta incentivo para que elas consigam enfrentar seus desafios, como o peso da jornada dupla, a dificuldade de acesso a crédito e a falta de representatividade no mercado.

Muitas cooperativas de crédito, entendendo seu papel na sociedade, respeitam e incentivam o engajamento das mulheres em todas as suas áreas e promovem a participação delas em seus espaços de fala, direção, gestão e operação, motivando-as a assumir cargos de comando e liderança em ações, projetos e programas. O Sistema Sicredi por exemplo, já conta com igualdade de gênero entre homens e mulheres em cargos de gestão entre seus colaboradores. Esse movimento não está limitado aos seus espaços internos, mas, também à governança, promovendo o engajamento participativo, representativo e empoderado das mulheres associadas ao Sicredi, por meio dos Comitês Mulher.

Não é por acaso que esses comitês têm gerado grande valor humano ao DNA das cooperativas, pois permitem a participação ativa e geram espaços de falas às mulheres. São ambientes onde as associadas podem se capacitar, receber treinamentos, formações profissionais, técnicas e gerenciais e de empreendedorismo. Como resultado desse movimento, vemos com satisfação o crescente número de mulheres oriundas dos comitês mulher sendo eleitas para cargos de gestão: são 22% de mulheres coordenadoras de núcleo e 16% de mulheres conselheiras.

Quando falamos de associados em cooperativas de todo o Brasil, em 2020, as mulheres representavam 40% dos mais de 17 milhões de cooperados – e a tendência é que esse número tenha crescido ainda mais. A representatividade de termos tantas mulheres à frente do seu negócio é muito importante, já que pode servir como um empurrão para transformar a vida de outras tantas que também desejam empreender.

Sabemos que esse caminho muitas vezes não é fácil, principalmente ao fazermos alguns recortes de renda e raça, então é preciso agir para transformar: por meio de programas como Elas Prosperam, do Instituto Rede Mulher Empreendedora em parceria com a Visa, voltado para mulheres negras; do Comitê Mulher; do Encontro Empreendedora e outras tantas ações em que o Sicredi apoia e incentiva a equidade de gênero, o empoderamento e a capacitação de mulheres, para que elas possam cada vez mais assumir novos papéis de protagonismo e liderança nas nossas cooperativas e em suas comunidades.

É possível finalmente afirmar que a redução da desigualdade de gênero está sendo reconhecida como prioridade em todo o mundo. Todas essas iniciativas resultaram em exemplos que nos contam o quanto as mulheres envolvidas foram estimuladas a empreender, a ter uma visão mais empresarial para suas atividades tendo na cooperativa um suporte para seu desenvolvimento.

(*) Cheila Girardello é diretora executiva da Sicredi Planalto Central

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