É de Casa: o mais chato e arrastado programa da TV Globo
Em 2015, quando estreou, a ideia do É de Casa, programa exibido pela TV Globo nas manhãs de sábado, parecia boa. Uma equipe de apresentadores até carismáticos, um cenário “imitando” a casa das pessoas e a união de serviço, jornalismo e entretenimento. No entanto, com o passar do tempo, a atração virou uma apresentação arrastada, sem […]
Ataide de Almeida Jr.
atualizado
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Em 2015, quando estreou, a ideia do É de Casa, programa exibido pela TV Globo nas manhãs de sábado, parecia boa. Uma equipe de apresentadores até carismáticos, um cenário “imitando” a casa das pessoas e a união de serviço, jornalismo e entretenimento. No entanto, com o passar do tempo, a atração virou uma apresentação arrastada, sem graça e faz com que qualquer um mude de canal.
O pior é o fato de o programa anunciar as atrações como se fossem grandes novidades da televisão brasileira. Por exemplo, no último sábado (31/3), a empolgação de Ana Furtado para ensinar a fazer um painel para TV com nicho embutido foi tão grande que o móvel parecia ser a maior invenção da marcenaria nos últimos 20 anos.
Toda essa animação durou longos 11 minutos. O pior foi a chuva de críticas na internet. “Como faço um armário desses em casa, sem essas ferramentas? Tem de mudar o nome do quadro: pague para um marceneiro!”, escreveu um telespectador irritado.
Mas não é apenas a substituta oficial de apresentadores da TV Globo que se esforça em passar uma imagem de que o É de Casa é muito legal. Patrícia Poeta também tenta fazer isso, mas as pautas não ajudam. Ainda no último programa, ela mostrou como fazer uma “ma-ra-vi-lho-sa” bijuteria com retalhos. Foram nove intermináveis minutos com algo facilmente encontrado em qualquer plataforma de vídeo na internet.
O É de Casa até tenta trazer “novidades”, mas escorrega. O quadro do chef Ravioli é benfeito, executado de maneira rápida, com uma edição boa. Mas isso de cozinhar apenas o que o telespectador tem em casa já foi bem explorado por todos os programas de culinária da televisão.A grande estrutura do É de Casa não justifica o programa que ele é. A maior parte dos quadros estilo “Faça você mesmo” poderia ser feito em um estúdio simples. Inclusive, Ana Maria Braga era mestre nisso quando apresentava o Note & Anote na Record TV.
A dinâmica da apresentação, que poderia até servir para dar mais dinamismo à atração, acaba deixando tudo mais difícil de assistir. Apesar de já estarem juntos há três anos, Ana Furtado, Zeca Camargo, Cissa Guimarães e Patrícia Poeta (André Marques está afastado por conta do The Voice Kids) não apresentam a química perfeita. Cada um tem estilos diferentes, fazendo com que o telespectador saia do tom jornalístico de Zeca para o excesso de “gentem” de Cissa muito rápido.
A proposta do É de Casa é até boa, mas, em tempos de YouTube, fica muito difícil assistir ao programa sem querer mudar de canal.
Ataide de Almeida Jr. é editor de Redes Sociais do Metrópoles