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Distrital vai à tribuna para responder a críticas

Mas, sem argumentos, Raimundo Ribeiro acusou-me de lavagem de dinheiro e de ter problemas no nariz

Autor Hélio Doyle

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Raimundo Ribeiro
1 de 1 Raimundo Ribeiro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Quem não tem o que dizer para se contrapor a uma ideia da qual discorda, recorre às ofensas e à desqualificação do oponente. O ataque à honra e as acusações sem comprovação são armas tradicionais dos que não têm argumentos. Daí os ataques e ofensas desferidos contra mim pelo ainda deputado distrital Raimundo Ribeiro, derrotado nas eleições, com apoio do também derrotado Wellington Luiz, ambos do MDB.

O que levou os dois distritais em fim de mandato a usarem a tribuna da Câmara Legislativa para me acusar foi meu artigo criticando o governador eleito Ibaneis Rocha por anunciar nomes de Wellington para a presidência da Metrô-DF, uma empresa pública, e de Ribeiro para a diretoria da Adasa, uma agência reguladora. A chamada Lei de Responsabilidade das Estatais veda a presença de políticos militantes na direção de empresas públicas.

O que eu escrevi, literalmente, foi:

“Para ser fiel à sua proposta de renovação da política, que conquistou os eleitores, Ibaneis, entre outras coisas, não deveria nomear políticos militantes e filiados a partido para a direção de empresa estatal e muito menos de agência reguladora. Há em Brasília quadros técnicos competentes e qualificados para esses cargos. Os políticos devem cuidar da política e podem ser secretários, como os também derrotados Laerte Bessa (PR) e Erika Filippelli (MDB).”

Um posicionamento, pois, e não uma acusação. E que é compartilhado pela maioria dos deputados e senadores, que aprovaram a Lei 13.303/16, sancionada pelo presidente Michel Temer, que proíbe a nomeação para a diretoria e para conselho administrativo de estatais, entre outros, de quem, nos últimos três anos, participou de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral.

É o caso, obviamente de Wellington Luiz no Metrô-DF, sobre quem também escrevi: “Nada entende de transportes e muito menos de metrô, e sua experiência administrativa se restringe à presidência do sindicato dos agentes policiais e à vice-presidência da Câmara Legislativa”. O desconhecimento do ainda distrital sobre o assunto, aliás, confirmou-se hoje mesmo em entrevista que deu à Band.

De nada acusei o ainda distrital Raimundo Ribeiro, nem mesmo de não entender de questões hídricas e de saneamento. Apenas manifestei minha opinião de que um político militante não deveria ser indicado para a diretoria, e muito menos para a presidência, de uma agência reguladora. E justifiquei minha opinião:

“Qualquer um que acompanha os acontecimentos no país conhece os efeitos nefastos da deterioração financeira, administrativa e ética das empresas públicas e das agências reguladoras dominadas por políticos, diretamente ou por meio de seus indicados para cargos de direção e em conselhos administrativos. Essa história não deveria se repetir em Brasília.”

Ribeiro e Wellington foram à tribuna da Câmara Legislativa para me atacar, mas não disseram uma só palavra sobre o conteúdo de meu artigo. Não argumentaram, não responderam. Preferiram me agredir com mentiras e tentando me desqualificar. Ribeiro, entre ofensas raivosas, acusou-me de lavagem de dinheiro, de ser sócio oculto de veículos de comunicação e de ter problemas no nariz. Como operei desvio de septo há 38 anos, provavelmente ele estava insinuando que cheiro cocaína.

Ribeiro deve ter se confundido ao querer me desqualificar dizendo que fui responsável pelas derrotas dos governadores Cristovam Buarque, Joaquim Roriz e Rodrigo Rollemberg. Como se sabe, estive na coordenação das campanhas dos três e eles foram eleitos. Cristovam e Rollemberg foram derrotados quando eu não estava na coordenação de suas campanhas.

Embora advogado, Ribeiro deve achar que a imunidade parlamentar o autoriza a fazer acusações levianas. São todas mentirosas e ele terá, naturalmente, que prová-las. Wellington, na linguagem de baixo nível que o caracteriza e tentando ser irônico – o que exige a sutileza que ele não tem –, não ousou fazer acusações irresponsáveis como as de Ribeiro. Só disse que fui candidato sem nunca ter sido eleito.

E isso é verdade: era presidente do sindicato dos jornalistas e fui candidato a deputado federal na primeira eleição de Brasília, em 1986 (não havia eleição para distrital). Não fui eleito. Proporcionalmente ao eleitorado da época, porém, tive mais votos do que Wellington teve agora. E, 32 anos atrás, tive mais 18 votos do que Ribeiro teve agora.

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