Candidatura de Paulo Octávio pode embolar eleição para o Senado
Cristovam e Izalci correm risco de ser superados, apesar do pouco tempo para campanha
Hélio Doyle
atualizado
Compartilhar notícia
A 20 dias da eleição é ainda muito difícil cravar, dentre os cinco candidatos a governador, quais os dois que irão para o segundo turno. O cenário continua embolado e com grande número de indecisos e votos volúveis, embora já se vislumbre uma probabilidade maior de Eliana Pedrosa (Pros) ir para a fase final. A próxima pesquisa do Ibope/Rede Globo, prevista para ser divulgada nesta segunda-feira (17/9), pode clarear um pouco mais o quadro. Ou não.
Já a eleição para o Senado está sendo disputada, de verdade, por apenas três, ou no máximo quatro, dos 19 candidatos: Cristovam Buarque (PPS), Leila do Vôlei (PSB), Izalci Lucas (PSDB) e, com menos possibilidades, Chico Leite (Rede). Nesta segunda-feira (17/9), porém, esse quadro poderá também ficar mais confuso, caso seja mesmo registrada a candidatura do empresário, ex-senador e ex-vice-governador Paulo Octávio (PP), que vai decidir até o fim da noite deste domingo (16/9) se entra ou não na disputa.
Se for mesmo candidato, Paulo Octávio estará na coligação que tem Ibaneis Rocha (MDB) como postulante ao governo. Ele substituirá o também empresário Hélio Queiroz (PP), que passará a ser seu primeiro suplente. O outro candidato a senador na chapa é o advogado e ex-procurador João Pedro Ferraz, do PPL, partido de esquerda. Ambos receberam 2% de intenção de votos nas últimas pesquisas Metrópoles/FSB e Datafolha.
Paulo Octávio terá menos de 20 dias para fazer campanha, mas está confiante, assim como Ibaneis, de que em pouco tempo estará empatado com Leila e Cristovam. O candidato a governador tem dito que se baseia em pesquisa interna para assegurar que Paulo Octávio tem condições de ganhar uma das cadeiras em disputa, apesar do pouco tempo de campanha. Nas pesquisas realizadas na pré-campanha, antes do registro das candidaturas, o empresário estava sempre entre os primeiros colocados.
Na pesquisa Metrópoles/FSB, Cristovam, com 24%, e Leila, com 23%, estão empatados tecnicamente. Leila, no limite, está empatada com Izalci, que tem 17% e está empatado com Chico Leite, com 13%. Wasny de Roure (PT), com 9%, está empatado com Chico Leite. Na pesquisa Datafolha/Rede Globo, com a mesma margem de erro de 3%, a ordem é Leila (22%), Cristovam (21%), Izalci (20%), Chico Leite (14%) e Wasny (9%).
Paulo Octávio será mais um candidato da oposição ao Senado, e seu lançamento, ainda que tardio, é uma ameaça maior para Cristovam e Izalci, pois Leila, na coligação do governador Rodrigo Rollemberg, corre em outra faixa. Ibaneis acredita que a candidatura irá lhe beneficiar, tanto ao ganhar eleitores de Paulo Octávio como ao aumentar sua aceitação entre segmentos do empresariado.Quando Jofran Frejat era candidato a governador, Paulo Octávio estava em sua chapa como candidato ao Senado, juntamente com Alberto Fraga (DEM). Os articuladores da candidatura de Frejat, porém, temiam que Paulo Octávio fosse inelegível, por ter renunciado ao mandato de governador quando assumiu, em 2010, substituindo José Roberto Arruda. Não há, ainda, condenação do empresário em segunda instância. Mas, diante das dúvidas jurídicas e da renúncia de Frejat, Paulo Octávio desistiu de ser candidato e viajou. Fraga tornou-se candidato ao governo.
Foi por causa do afastamento de Fraga e de Paulo Octávio da eleição para o Senado que Rollemberg animou-se a lançar Leila, que seria candidata a deputada distrital. O governador viu mais possibilidades de a candidata ser eleita sem os dois concorrendo e transferiu a até então postulante Leany Lemos, que foi secretária de Planejamento, para a primeira suplência.
A movimentação de Rollemberg está dando certo, pelo menos até agora. A de Ibaneis poderá dar se não houver restrição judicial à candidatura de Paulo Octávio e ele recuperar o tempo perdido de campanha. Há o risco de dar certo, e Cristovam e Izalci têm mesmo de estar preocupados.