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Candidatos ainda não convenceram os eleitores brasilienses

Nas simulações de segundo turno, o não voto ganha dos primeiros colocados

Autor Hélio Doyle

atualizado

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O chamado não voto continua a ser, a 25 dias das eleições, a primeira opção dos brasilienses, como mostra a pesquisa Metrópoles/FSB, divulgada nesta terça-feira (11/9). O desencanto e decepção com a política e com os políticos, detectado há mais de um ano por todas as pesquisas qualitativas que vêm sendo realizadas, leva um grande número de eleitores a manifestar a intenção de não votar, anular o voto ou votar em branco, ou dizer ao entrevistador que ainda não escolheu seu candidato.

Os resultados dessa e de outras pesquisas recentes mostram que nenhum dos 11 candidatos a governador conseguiu empolgar ou sensibilizar os brasilienses, e há a tendência de a maioria dos eleitores que vai às urnas votar em um candidato que impeça ou dificulte a vitória de outro. É o “voto útil”, quando o votado não é o preferido, mas o conveniente para derrotar alguém ou dificultar sua passagem para o segundo turno.

Quem não quer a reeleição do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) escolherá alguém que tenha condições de deixá-lo pelo menos no terceiro lugar ou derrotá-lo no segundo turno. Quem não quer a volta dos azuis, que são os candidatos identificados com Joaquim Roriz, José Roberto Arruda e Tadeu Filippelli, poderá deixar de lado o seu preferido para tentar garantir a presença de Rollemberg no segundo turno.

Nas pesquisas qualitativas a que vários chefes partidários e candidatos tiveram acesso, mas que preferiram desconhecer, está claro que os eleitores querem um governador: honesto e ficha-limpa, sem qualquer dúvida em seu passado; que demonstre competência e capacidade de articulação e diálogo para governar, além de coragem e autoridade; e que não seja político tradicional, de preferência alguém que nunca tenha exercido um mandato eletivo. Os eleitores mostraram também, nas pesquisas, alta rejeição às promessas mirabolantes e demagógicas.

Os candidatos mais conhecidos não preenchem exatamente esse perfil traçado pelos eleitores, cada um por seus motivos, e os que talvez se enquadrassem nessas exigências não conseguiram se tornar conhecidos devido às limitações impostas pela legislação eleitoral aos partidos menores – o que não quer dizer que, se tivessem oportunidades para serem conhecidos, estariam automaticamente entre os primeiros colocados.

Números claros
Os índices das intenções espontâneas de voto revelados pela pesquisa Metrópoles/FSB mostram que os eleitores que realmente já decidiram o voto somam 38% do total. Ou seja, quatro em 10. Outros 38% dizem não saber em quem votar, 17% não citaram nenhum nome e 4% disseram que votarão em branco ou anularão o voto. Quase 60%.

As manifestações de intenções de votos, como é natural, crescem quando os entrevistadores mostram aos entrevistados a lista de candidatos. Os que não sabem em quem votar diminuem para 15%, os que não citam nomes passam a ser 12%, e os nulos e em branco continuam com 4%. Muito ainda: 31%.

Para confirmar essa falta de opção dos eleitores, estão os números resultantes da soma de “não sabem em quem votar mais nulos mais em branco” nas simulações de segundo turno que envolvem os cinco candidatos mais bem colocados. O menor índice de não voto em 10 simulações (36%) é na disputa entre Eliana Pedrosa, do Pros (36%), e Rollemberg (23%). É a única em que o não o voto não supera a votação do candidato em primeiro lugar, mas empata.

Os índices mais altos (46%) são nos confrontos de Alberto Fraga, do DEM, contra Ibaneis Rocha, MDB, (29% x 20%), e de Rogério Rosso, PSD, contra Ibaneis (30% x 18%). Na eventual disputa de Rollemberg com Ibaneis, que empatam com 26%, o não voto soma 44%. Como o governador perde nas demais simulações, para Rosso (32% x 24%) e Fraga (29% x 25%), além da derrota para Eliana, sua esperança está mesmo em conquistar parte desses não votantes, com o argumento de impedir a volta do passado.

Haverá de qualquer forma um eleito – provavelmente um desses cinco, a não ser que um dos menos votados surpreenda, e muito, neste final de campanha –, pois o não voto não é considerado na soma dos votos válidos. Assim, mesmo derrotado pelo não voto, um dos candidatos terá mais de 50% da votação válida e ocupará a cadeira de governador, embora com a legitimidade comprometida.

Mas o segundo turno é uma nova eleição, com igualdade na disputa e maior exposição dos candidatos, e se for polarizada o não voto pode ser menor.

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