Bancada do DF na Câmara dos Deputados continuará azul
Entre os 15 favoritos para as oito cadeiras, só há uma vermelha e um verde
Hélio Doyle
atualizado
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Se as previsões se confirmarem, a futura bancada do Distrito Federal na Câmara dos Deputados será majoritariamente conservadora e de direita. Seis dos oito que deverão ser eleitos se identificam politicamente com o chamado Centrão, o bloco de deputados que se caracteriza pelo posicionamento conservador e pela prática do toma lá dá cá nas relações com o Executivo. E estão ligados aos quatro candidatos oriundos do grupo político dos ex-governadores Joaquim Roriz e José Roberto Arruda.
Segundo a pesquisa Metrópoles/FSB, 78% dos eleitores brasilienses ainda não decidiram em quem vão votar para deputado federal. Talvez muitos desses votem em branco ou anulem o voto, mas mesmo assim os que acompanham de perto as eleições para deputado federal acham, mais por instinto e pelas contas que fazem do que por pesquisas, que sete das oito cadeiras já estão decididas.
Dessas, especulam, cinco ficarão com as coligações azuis – lideradas por Alberto Fraga (DEM), Eliana Pedrosa (Pros), Ibaneis Rocha (MDB) e Rogério Rosso (PSD) –, uma com a coligação de Rodrigo Rollemberg (PSB) e uma com a chapa do PT. A cadeira não “decidida” deverá ser ocupada pelo segundo colocado em uma dessas coligações, pois dificilmente as demais listas alcançarão número superior de votos.
Nesse raciocínio, nada científico, os eleitos seriam:
– Flávia Arruda (PR), na coligação União e Força, de Alberto Fraga. Se forem dois eleitos, as maiores possibilidades são para Laerte Bessa (PR) e Paulo Roriz (PSDB).
– Joaquim Roriz Neto (Pros), na Renovar o DF 2, de Eliana Pedrosa. Se houver um segundo eleito, o favorito é Hélio José (Pros).
– Tadeu Filippelli (MDB), na Para fazer a diferença, de Ibaneis Rocha. Outra candidata forte nessa coligação, e que pode até superar Filippelli, segundo alguns, é Celina Leão (PP).
– Júlio César (PRB) e Marcos Pacco (Podemos), na Unidos pelo DF 1, de Rogério Rosso. Essa coligação, considerada a mais forte, tem ainda, tentando uma improvável terceira cadeira, Augusto Carvalho (Solidariedade), Renato Santana (PSD) e Paula Belmonte (PPS).
– Israel Batista (PV), na Brasília de Mãos Limpas, de Rodrigo Rollemberg. Uma segunda vaga, se houver, ficaria para Maria de Lourdes Abadia (PSB).
– Erika Kokay na chapa do PT, que não se coligou. Será difícil conseguir uma segunda vaga.
A outra coligação de Eliana, que poderia ficar com a última vaga se alguns dos seus integrantes novatos surpreendessem, foi prejudicada pela decisão do Tribunal Regional Eleitoral de negar registro a 31 candidatos do PTB.
Renovação quantitativa
Essas previsões podem estar erradas, e podem surgir um ou mais eleitos com os quais ninguém contava, mas é praticamente consenso que os vencedores estarão entre esses 15 candidatos. E, se forem esses mesmos, apenas Erika Kokay, que é de esquerda, e Israel Batista, tido como progressista, não têm o perfil do Centrão. Filippelli, por ser do MDB, não pode ser considerado formalmente do grupo, mas tem o mesmo perfil dos demais.
Dos 15 favoritos, três são deputados que tentam a reeleição: Augusto Carvalho, Erika Kokay e Laerte Bessa. Provavelmente apenas Erika conseguirá manter o mandato, o que significará uma renovação nominal de 88% da bancada. Mas não será uma renovação real, pois, a não ser que surpreendam depois de eleitos, os demais candidatos não diferem, no pensamento e na prática política, dos atuais deputados por Brasília.
A bancada que termina a legislatura é integrada, além dos três, por Alberto Fraga (DEM), Izalci Lucas (PSDB), Rogério Rosso (PSD), Ronaldo Fonseca (Podemos) e Rôney Nemer (PP). Rosso se afastou para fazer campanha para governador e em seu lugar está o suplente Marcos Pacco. Ronaldo Fonseca se licenciou para assumir a Secretaria-Geral da Presidência da República e foi substituído por Vitor Paulo (PRB).
Com exceção de Erika Kokay, todos os demais deputados da atual bancada, incluindo os dois suplentes que estão em exercício, estão ligados aos quatro candidatos do bloco rorizista-arrudista que disputam o governo de Brasília. A cor da bancada continuará sendo o azul.