“Aliados” de Rollemberg se afastam e PDT, agora, é a esperança
Das legendas que mirou, o governador conta apenas com o Partido Verde (PV) e a Rede Sustentabilidade
Hélio Doyle
atualizado
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O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) bem que se esforçou muito para formar uma ampla coligação que não só aumentasse suas possibilidades de reeleição como não deixasse prosperar a ideia de que está isolado politicamente. Com alta rejeição a seu governo e a seu desempenho, precisava mostrar força para enfrentar os adversários, especialmente o então ainda candidato, e líder nas pesquisas, Jofran Frejat.
Depois que PSD, PDT e Rede romperam com seu governo, no ano passado, Rollemberg apostou na presença do PSDB em sua chapa. Para isso, não só cortejou o então governador Geraldo Alckmin como criou uma secretaria sem qualquer função para a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia e entregou aos tucanos a importante área social do governo. Seu objetivo era reforçar a ala contrária ao deputado Izalci Lucas, que já se apresentava como candidato ao governo.
Mas Izalci manteve o comando partidário, com apoio da direção nacional, e Abadia trocou o PSDB pelo PSB. Rollemberg passou, então, a contar com três partidos de centro-direita, entre outras legendas menores que participavam de seu governo, comandando secretarias e administrações regionais: PRB, Solidariedade e Podemos. Nos últimos dias, porém, foi informado de que seus ex-aliados Rogério Rosso (PSD) e Cristovam Buarque (PPS) ganharam o apoio desses três partidos por ele ambicionados.
Das legendas que mirou, o governador conta apenas com o Partido Verde (PV) e a Rede Sustentabilidade. Espera, agora, pelo apoio do PDT, que faz jus à imagem de biruta de aeroporto: já teve candidato próprio (o distrital Joe Valle), tentou se juntar à chapa de Frejat (com Valle para o Senado) e voltou a ter candidato ao governo, o ex-deputado Peniel Pacheco, com Valle disputando o Senado.
Mas nem mesmo Peniel está seguro de que sua candidatura é para valer, diante da possibilidade de uma aliança nacional entre o PDT e o PSB que leve os trabalhistas brasilienses a apoiar Rollemberg. Embora tenha declarado apoio a Ciro Gomes na convenção do PSB, o governador terá do PDT apenas o uso da marca e o reduzido tempo de televisão. Dificilmente algum pedetista fará campanha para ele, pelo menos no primeiro turno – no segundo turno, como se sabe, a perspectiva de poder atrai novos e muitas vezes inesperados simpatizantes.
Se o PDT aderir, o governador vai tentar atrair o PCdoB e o PPL, que têm Manuela D´Ávila e João Vicente Goulart como candidatos a presidente, respectivamente. Os dois partidos não parecem muito dispostos a aceitar, tendo seus dirigentes admitido até lançar um candidato ao governo. Mas a hipótese de apoiar o governador não está totalmente descartada.
Se conseguir juntar todos esses partidos, Rollemberg voltará a se apresentar aos eleitores com o perfil de centro-esquerda que havia deixado para trás.