A integração que salvou vidas
“A integração de políticas públicas – inclusive entre várias pastas – visam melhorar as condições de vida das famílias mais vulneráveis”
Paula Dantas*
atualizado
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É consenso que o combate à mortalidade infantil é um compromisso de toda a sociedade. Todos os setores – governo, empresas, sociedade civil e o cidadão – têm um papel a desempenhar na construção do desenvolvimento saudável dos nossos pequenos. É de amplo conhecimento que a pobreza e a desigualdade socioeconômica estão intimamente ligadas à mortalidade infantil e estava claro que algo precisava ser feito. E hoje os resultados aparecem e se consolidam, sendo cada vez mais efetivos.
Foi com bases na nossa responsabilidade histórica que Alagoas, desde 2015, passou a enfrentar de forma estratégica essa chaga e hoje podemos analisar que estamos obtendo os resultados planejados. De forma conjunta e multidisciplinar, o Estado reuniu os investimentos na primeira infância em torno do Programa Cria – Criança Alagoana. Essa iniciativa somou uma série de protocolos, ações e realizações das áreas da saúde, educação e assistência social com o objetivo de proteger uma fase da vida que tem reflexos durante todo o futuro.
De lá pra cá colecionamos uma série de prêmios, mas muito mais importante que esse reconhecimento nacional foram os resultados práticos. Já recebemos os dados consolidados de 2022, quando encerramos o ano como o quarto menor indicador de mortalidade infantil entre os estados do Norte e Nordeste. Em 1996, a taxa era de 32 mortes por 1.000 nascidos vivos, em 2022 essa taxa diminuiu pela metade, para 16 mortes, segundo o Ministério da Saúde.
E as políticas públicas por aqui se somam. De acordo com o IBGE, Alagoas fechou 2022 – primeiro ano do governo Paulo Dantas – com um recuo de 3,3% na taxa de alagoanos que vivem em situação de extrema pobreza, na comparação com o ano anterior. Ou seja, tudo isso é fruto da maior rede de proteção social da história alagoana, na qual o Cria está incluído, assim como o Escola 10 e o Alagoas Sem Fome.
São programas que enfrentam a evasão escolar e a insegurança alimentar de milhares de alagoanos, refletindo também na proteção de mães, gestantes e da família, que passa a ter mais oportunidades, bem como qualidade de vida. Essa evolução constante fez o Governo de Alagoas fortalecer a estrutura do Cria que em 2023 passou a funcionar como a Secretaria da Primeira Infância.
E seguimos aprimorando nossas ações. No Alagoas Sem Fome, por exemplo, vamos reaproveitar 8 toneladas de alimentos por dia com a construção de uma fábrica de sopa desidratada e de polpa de frutas no Ceasa, além da chegada de mais dois restaurantes populares (Jacintinho e Arapiraca) e da ampliação do engajamento com a sociedade civil, a partir de campanhas de doação de alimentos em locais públicos e eventos.
A integração de políticas públicas – inclusive entre várias pastas – visam melhorar as condições de vida das famílias mais vulneráveis, seguindo com programas sociais, com a ampliação do acesso a água potável e do saneamento básico, e assim alcançando um impacto significativo na redução da mortalidade infantil. Enfim, estamos fazendo o dever de casa e cada vez mais certos de que os resultados só tendem a melhorar.
*Ex-secretária da Primeira Infância e atual secretária de Planejamento e Gestão de Alagoas