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A arte urbana sobe a rampa do Museu Nacional

Mostra “Mundez” mistura grafite ao acervo do complexo cultural

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1 de 1 foto-abre1 - Foto: Bernardo Scartezini/Metrópoles

Enquanto pintam muros de cinza por aí, aqui no Museu Nacional Honestino Guimarães a questão ganha outras cores. Em cartaz até 4 de junho, a mostra coletiva “Mundez” promove um gentil assalto ao cânone das artes nacionais.

Diretor do Museu Nacional e curador da mostra, Wagner Barja conta que foi procurado, no início do ano, por grafiteiros do Distrito Federal e do entorno. Artistas urbanos como Flávio Soneka, Gilmar Satão e Guga Baygon pediram que a instituição apoiasse uma intervenção deles na praça do Conjunto Cultural da República.

Com o aniversário de Brasília no último dia 21, trazendo a marca de 10 anos de atividades do Museu, e o orçamento apertado da Secretaria de Cultura, tornou-se evidente uma solução caseira… A oportunidade para que eles subissem a rampa e ocupassem a (imensa) sala principal do prédio.

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Também vieram a calhar as mais de duas mil obras que compõem os acervos do Museu Nacional e do Museu de Arte de Brasília. Um vasto arsenal periodicamente exposto em mostras rotativas. Para revisitá-las, agora sob nova orientação, Barja destacou algumas dessas peças e propôs aos artistas brasilienses um diálogo transgeracional.

Michelle Cunha, assim, amplia os campos floridos de Beatriz Milhazes. Gilmar Satão responde em grafite a um desenho de Alfredo Volpi. Antonio Delei busca o cubismo em Emiliano Di Cavalcanti. Mikael Omik reencontra o desalento de Orlando Teruz.

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Detalhe de grafite de Mikael Omika
Detalhe de óleo sobre tela de Di Cavalcanti (sem data), acervo do Museu Nacional
Detalhe de grafite de Antonio Delei
Desenho em técnica mista de Alfredo Volpi (década de 1950), acervo do Museu de Arte de Brasília
Detalhe de grafite de Gilmar Satão
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Óleo sobre tela de Orlando Teruz (1925), acervo do Museu Nacional

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Detalhe de grafite de Mikael Omika

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Detalhe de óleo sobre tela de Di Cavalcanti (sem data), acervo do Museu Nacional

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Detalhe de grafite de Antonio Delei

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Desenho em técnica mista de Alfredo Volpi (década de 1950), acervo do Museu de Arte de Brasília

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Detalhe de grafite de Gilmar Satão

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Detalhe de "Estive Feliz em Saber que Você Está Bem" (1990), acrílica sobre tela de Beatriz Milhazes, acervo do Museu de Arte de Brasília

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Detalhe de grafite de Michelle Cunha

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Os artistas convidados receberam carta branca. Para ser mais literal: eles receberam painéis brancos. As paredes móveis que recortam a amplidão de Oscar Niemeyer serviram como o próprio suporte para os trabalhos desenvolvidos ali mesmo, durante o par de semanas que antecedeu a exibição. “Esta é uma exposição mais processual e experimental do que um produto articulado”, elabora Barja.

Esse lado aberto – em processo – da mostra foi assumido não apenas pelos grafiteiros, que abordavam as paredes do Museu como se fossem os muros da cidade. Mesmo o pintor Josafá Neves aproveitou essa espécie de ‘work in progress’ coletivo para levantar uma tela sobre uma das paredes e criar, ali mesmo, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida.

Nossa Senhora não dá pelota para os incrédulos – e grafite é arte? – sim, é – porque a todos ela acolhe e abençoa no Museu Nacional.

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"Yube Croche" (2014), de Ernesto Neto: crochê com corda da polipropileno e poliéster, madeira, granito, parafusos
"Enceradeiras" (2010), dos Corpos Informáticos
"O Petróleo É Nosso, ou É Tudo Ideologia, Idiota!" (2013/2014), assemblage de Beto Shwafaty
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"Progresso?" (1990), de Bené Fonteles: bandeira do Brasil, armadilha indígena de madeira

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"Yube Croche" (2014), de Ernesto Neto: crochê com corda da polipropileno e poliéster, madeira, granito, parafusos

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"Enceradeiras" (2010), dos Corpos Informáticos

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"O Petróleo É Nosso, ou É Tudo Ideologia, Idiota!" (2013/2014), assemblage de Beto Shwafaty

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Os santos antropofágicos Oswald de Andrade e Mario de Andrade também lançam suas bênçãos aos novos modernos. Frases de efeito de modernistas de ontem e anteontem, pinçadas de poemas e manifestos, podem ser lidas pelas paredes do Museu, emprestando um lastro histórico, emocional e intelectual à geleia geral.

“Seja marginal, seja herói”, propõe – para sempre – Hélio Oiticica.

Objetos, esculturas, instalações e intervenções também pontuam o salão, repercutindo temas políticos e sociais que se recusam a parar de receber mais e mais significados com o passar dos anos, com o passar dos dias. Ernesto Neto e Bené Fonteles, por exemplo, aqui estão presentes em obras que se relacionam frontalmente com a questão indígena. Pois bem…

Povos indígenas de todo o país chegaram à Esplanada dos Ministérios esta semana para reivindicar seus direitos. Na terça-feira (25), eles se puseram a marchar rumo ao Congresso Nacional. Foram recebidos com gás lacrimogênio e bombas de efeito moral por parte da Polícia Militar do Distrito Federal.

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