Motel organiza bazar de objetos esquecidos por clientes
Relógios, óculos, bijuterias e outros acessórios estão entre os itens mais comuns deixados para trás. Mas há quem esqueça até mesmo muletas e revólveres
atualizado
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O amor nos leva às nuvens e muitas vezes nos faz perder a cabeça. Deve ser por isso que a quantidade de objetos esquecidos em quartos de motel seja tão grande. Um deles, na subida do Colorado, achou uma maneira criativa para se desfazer dos inúmeros itens deixados para trás.
O Flamingo realiza, de tempos em tempos, um pequeno bazar para vender os objetos. Em geral, bijuterias, relógios, óculos e pequenos acessórios são os mais comuns. Mas há também alguns mais inusitados. “Tem algema, trena e até um dicionário”, conta a gerente do motel, Elza Bezerra.Segundo a funcionária, os objetos esquecidos costumam ficar em locais de difícil visualização, como atrás da cama ou debaixo do colchão. Assim, não há como a camareira avisar os clientes antes que eles deixem o local. Por questões de sigilo, o estabelecimento não pode entrar em contato com os esquecidos. Resta esperar para que eles voltem por conta própria. “Deixamos guardados por até seis meses, mas muitos não voltam por vergonha ou por acharem que não vale a pena. Como não dá para guardar tudo para sempre, vendemos”, conta Elza.
Os objetos esquecidos são catalogados e limpos. A venda costuma acontecer em uma loja do shopping que fica do lado do motel. Elza conta que, como não conseguem avaliar se os itens são verdadeiros ou falsos, acabam dando preços simbólicos, o que atrai muitos compradores. “Normalmente vendemos tudo”. O montante é usado para comemorações internas, ajuda na compra de material escolar das famílias de funcionários e até empréstimos para trabalhadores endividados.
Em média, o motel consegue tirar em torno de R$ 2,8 mil. Em 2014, conseguiram lucrar R$ 6 mil com o evento. A próxima edição deve acontecer no primeiro fim de semana de abril.
Como esquecer?
A rotina de objetos esquecidos traz histórias bastante curiosas. “Já deixaram uma prótese de uma perna para trás. Mas logo o dono deu falta e veio buscar rapidinho”, relembra Elza.
Os militares, normalmente focados, também perdem um pouco a cabeça no momento. “Muitos policiais colocam o revólver debaixo do colchão e vão embora sem a arma. Mas todos voltam para buscar”.
E houve até quem esqueceu mais que um objeto. “Teve um que esqueceu da própria mulher. Ela foi ao banheiro para se maquiar, enquanto ele pagou a conta e foi embora. Quando chegou na portaria foi avisado que a mulher não estava com ele. Acho que tomou uma bela bronca”, conta rindo a gerente.