Mais de mil crianças estão sem creche em Sobradinho
A RA tem apenas duas unidades públicas para atender os pequenos de 2 a 5 anos. Não há previsão para suprir a demanda
atualizado
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O déficit de vagas em creches públicas do DF atinge diretamente a população de Sobradinho. Hoje, somente 36% da demanda local é atendida por duas instituições para crianças com idade entre dois e cinco anos. Com isso, 1.120 meninos e meninas estão na fila de espera para ter acesso às escolas. Em abril do ano passado, a região administrativa recebeu o primeiro Centro de Educação de Primeira Infância (Cepi) do DF. A expectativa da população era de que o serviço facilitasse a vida das mães que não têm com quem deixar os filhos para trabalhar. Porém, com o passar do tempo percebeu-se que o projeto ficou muito aquém da realidade dessas famílias.
É o caso da autônoma Rejane Gadioli, 33 anos, que desde o início de 2015 tenta colocar o filho Nicolas, 2, em uma das creches públicas existentes na região. “Meu marido cuidava dele por estar desempregado e, até hoje, não pode procurar emprego, pois não temos com quem deixá-lo”. O mesmo ocorre com a monitora escolar Jéssica Dias, 20, que pensa em abandonar o emprego para cuidar da filha Victória Heloiza, também de 2 anos. “Enquanto isso, ligo para amigos e parentes até encontrar alguém que possa passar o dia com ela”, lamenta.
Nova unidade
A Secretaria de Educação do DF afirma que, até o ano que vem, vai inaugurar um novo Cepi, com capacidade para abrigar 112 crianças. Mesmo com a possibilidade de novas vagas, a pasta não beneficiaria 50% dos moradores. Atingir metade da demanda das regiões administrativas é a meta da pasta. “Há uma falta de investimento histórica na área. Tentamos solucionar de acordo com a nossa realidade financeira”, explica o subsecretário de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação Educacional da SEDF, Fábio Pereira de Sousa.
Atualmente, existem 38 creches em todo o DF. Dez delas foram inauguradas neste semestre. Para este ano, está prevista a abertura de mais dez unidades e também a entrada da iniciativa privada nessa área. “Devemos abrir um chamamento público para ações filantrópicas, para que façam parceria conosco”, completa o subsecretário. Resta torcer para que as previsões saiam do papel.
