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Moradores da Estrutural que seriam removidos recebem polícia e Agefis com barricada

Objetivo é remover 200 construções irregulares. Segundo o GDF, local é uma área de interesse ecológico. GDF suspende ação até que um plano de desocupação seja elaborado

atualizado

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Fotos: Rafaela Felicciano/Metrópoles
estrutural, ônibus incendiado,, agefis
1 de 1 estrutural, ônibus incendiado,, agefis - Foto: Fotos: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Moradores da chácara Santa Luzia, na Estrutural, montaram barricadas e queimaram um ônibus na manhã desta quarta-feira (2/3) para evitar a entrada das equipes da Agência de Fiscalização do DF (Agefis) e da Polícia Militar no local. Desde a terça (1º), construções irregulares começaram a ser retiradas pelo Governo do DF (GDF). O objetivo é remover cerca de 200 edificações do local, uma área de interesse ecológico, onde é proibido construir. No início da tarde, foi anunciada a suspensão da operação até que seja elaborado um plano para a desocupação integral dos terrenos.

“O alvo eram residências construídas ao longo do último mês. Santa Luzia, no entanto, ocupa um espaço muito maior e tem grave impacto ambiental”, analisou a diretora-presidente da Agefis, Bruna Pinheiro. “Avaliamos que os confrontos com a população não valeriam a pena, já que a remoção apenas de barracos novos não seria suficiente para resolver a questão”, esclareceu.

Ela informou que será criado um grupo de trabalho para planejar a remoção integral de Santa Luzia e o reassentamento das 1,6 mil famílias que vivem no local. “Não serão realizadas mais operações pequenas e pontuais na região”, anunciou. “O objetivo será retirar a ocupação definitivamente.

Resistência
Desde as primeiras horas da manhã, um grupo de 50 pessoas fechou o acesso dos fiscais. Uma comissão foi formada para negociar com a administração regional a permanência no local. Após a reunião, decidiram queimar o ônibus, já que não conseguiram o compromisso do GDF para ficarem na área.

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, o ônibus incendiado é da Viação Piracicabana. A corporação atuou com duas viaturas e 10 militares. Não foi possível evitar a queima total do coletivo. Ninguém ficou ferido e nem foi preso.

Segundo a Agefis, não foi necessário notificar os moradores por se tratar de construções irregulares. O terreno é da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) e administrado pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. Em novembro do ano passado, 38 casas foram derrubadas no mesmo local, em ação referente a processo de regularização fundiária.

Derrubada
Na terça foram retiradas 57 edificações em madeira, soterradas 14 fossas sépticas e recolhidos aproximadamente 1,1 mil metros lineares de cercas em madeira. Além disso, dois cachorros foram levados pelo Centro de Controle de Zoonoses do DF, oito pontos clandestinos de ligação de energia foram desfeitos pela Companhia Energética de Brasília (CEB) e três mudanças foram feitas para outros locais da região administrativa.

Durante a manhã, algumas pessoas, alegando ser donas das estruturas retiradas, atearam fogo em uma pequena quantidade de madeira. Seis pessoas foram presas por desacato e por depredação de bem público, já que jogaram pedras contra viaturas da PM e da Agefis. O fluxo de veículos no quilômetro 5 da DF-087 chegou a ser interrompido.

Localizado na Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) da Vila Estrutural, o local foi criado peloDecreto nº 28.081, de 29 de junho de 2007, como compensação ecológica para a fixação da Vila Estrutural. O território tem o objetivo de preservar os ecossistemas naturais da região e evitar danos ao meio ambiente e, por isso, não pode ser ocupado. A faixa de tamponamento na qual as cem edificações da operação de ontem estão localizadas é uma parte da Arie.

O administrador do Setor Complementar de Indústria e Abastecimento e da Estrutural, Evanildo da Silva Macedo, enfatizou a importância da remoção das casas: “Além da questão ambiental, a situação na qual os moradores de Santa Luzia vivem é preocupante. Não existem serviços básicos, fica próximo ao aterro controlado do Jóquei, na Estrutural, e apresenta grande risco de incêndios”. (Com informações da Agência Brasília)

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