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Um carnaval de união familiar. Irmãs separadas ainda crianças se reencontram após 47 anos. Veja vídeo

O que começou com uma viagem em Minas Gerais para o tratamento de uma doença afastou Nilza e Maria Nazareth ainda crianças. Mas a distância acabou em São Sebastião, onde elas se viram novamente depois de mais de quatro décadas

atualizado

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Fotos: Daniel Ferreira/Metrópoles
Duas irmãs que ficaram 47 anos sem se ver se reencontraram em São Sebastião – Brasília(DF), 29/01/2016
1 de 1 Duas irmãs que ficaram 47 anos sem se ver se reencontraram em São Sebastião – Brasília(DF), 29/01/2016 - Foto: Fotos: Daniel Ferreira/Metrópoles

Este domingo de carnaval vai ser diferente para duas irmãs que passaram décadas afastadas. Por toda a vida, o maior desejo de Nilza Estácio da Silva (foto principal, à direita), de 48 anos, era conhecer a oitava irmã, separada da família ainda criança. Foram precisos 47 anos para que o encontro ocorresse.

A história começou na pequena cidade de São João da Ponte, no interior de Minas Gerais. Quando Nilza nasceu, sua mãe, Patrícia Pereira, já tinha outros três filhos. Entre eles, Maria Nazareth (foto/E), de 4 anos.

Porém, Naza, como era chamada carinhosamente, apresentava algumas complicações de saúde e acabou sendo levada para Belo Horizonte, onde uma prima de sua mãe ajudaria no tratamento. “Na cidade pequena não tinha médico. E a condição da família era muito simples. O jeito foi ir para uma cidade maior”, relembra Maria Nazareth.

A menina, muito pequena, ficou com a nova família, pela qual adquiriu muita afeição. Os pais adotivos até levaram a garota, ainda criança, para rever os parentes de sangue em Santa Rita (MG), onde moravam na época. Mas o apego aos familiares de criação era grande, e a menina não quis ficar. Acabou voltando para Belo Horizonte.

O reencontro emocionou as irmãs
O reencontro emocionou as irmãs Maria Nazareth (E) e Nilza

Algum tempo depois, a família adotiva de Naza mudou-se para a grande São Paulo, em busca de oportunidades. Com a mudança, e sem telefone, o contato com os pais, que já era pouco, tornou-se quase inexistente. Apenas poucas notícias eram dadas por uma parente distante, que, por vezes, via Maria Nazareth.

Lembrança
Em Minas Gerais, Nilza crescia com apenas uma vaga lembrança da irmã, conhecendo-a apenas de nome. “Ficava imaginando onde ela estava, o que fazia. Quando soube que morava em São Paulo e via na televisão as matérias de alagamento, ficava com medo de que alguma coisa acontecesse com ela”, relata a irmã mais nova.

Passaram-se os anos e, com as dificuldades de contato, o sonho de reencontro das irmãs foi ficando distante. Nilza casou-se, mudou-se para o Distrito Federal com o marido — mais precisamente em São Sebastião — e teve três filhos, sendo duas moças e um rapaz. Em São Paulo, Maria Nazareth também se casou, mudando de sobrenome — o que dificultou ainda mais o contato — e teve cinco filhos, sendo quatro meninas e um menino.

 

Uma pista improvável
Em meados de 2013, a história de separação começou a mudar. Um conhecido de Patrícia, mãe das irmãs, afirmava que havia reconhecido Maria Nazareth em São Paulo. Ela seria vizinha de parentes do rapaz.

Em um primeiro momento, Patrícia e o marido, Pedro Alves da Silva, não acreditaram na história. Mas a esperança de reencontrar a filha era tanta que decidiram arriscar. “Eles fizeram uma aventura. Viajaram para São Paulo só com a pista do vizinho”, conta Nilza. Mas o improvável aconteceu, e o rumor era real. Pela primeira vez, em mais de quarenta anos, Maria Nazareth encontrava os pais.

Dali em diante, com o contato por telefone, Nilza e Naza passaram a conversar com mais frequência. “Às vezes ela me ligava e chorávamos até”, conta, emocionada, a irmã mais nova.

Por mais de dois anos, elas foram conhecendo melhor uma à outra, mas sem o contato ao vivo. No começo deste ano, porém, Maria Nazareth decidiu fazer uma surpresa e viajar para Brasília, onde a maior parte dos irmãos vive. Ao ficar sabendo da novidade, Nilza, que atualmente reside em Bonfinópolis (MG), fez questão de retornar a São Sebastião, onde vivem as filhas, para rever a irmã.

Um último obstáculo, porém, quase impediu o reencontro. Na vinda, Maria Nazareth confundiu o ônibus para chegar a Brasília e chegou a desistir da viagem. Mas, após um conhecido ajudá-la, conseguiu desembarcar na capital em outro ônibus.

As irmãs agora querem se rever mais vezes
As irmãs agora querem se rever mais vezes

No último dia 10, passados 47 e uma vida inteira de espera, Nilza e Maria Nazareth finalmente puderam se rever. “Não tem palavras para descrever. Foi como um sonho”, descreve Nilza. “Eu me senti em um programa desses de TV. Até hoje, acho que não caiu a ficha direito”, completa Naza.

Aos poucos, Maria Nazareth está conhecendo a família. Afinal, são muitos irmãos e sobrinhos. Quanto ao futuro, as irmãs garantem que não se largarão mais. “Ah, já trocamos contato, redes sociais. Agora é visitar ela em São Paulo para conhecer meus sobrinhos”, afirma Nilza, empolgada.

 

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