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Pintor é preso por passar trotes para a Polícia Civil

O homem assistia a reportagens sobre casos de repercussão e ligava para o 197 denunciando falsamente endereços onde supostos autores, foragidos, procurados ou traficantes estariam

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Michael Melo/Metrópoles
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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Um homem de 39 anos, morador de São Sebastião, foi preso após passar trotes para o 197, disque-denúncia da Polícia Civil do DF. Segundo a corporação, ele fazia falsa comunicação de crimes. Em quatro anos, ao menos 150 ligações foram levantadas pela equipe de inteligência. No entanto, há suspeitas de que Romulo Pinheiro Miranda agia desde 2009. Os policiais faziam buscas em endereços dados pelo suposto denunciante e investigavam dezenas de casos inverídicos.

De acordo com a 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião), o homem que trabalha como pintor assistia a reportagens sobre crimes de repercussão e ligava para o 197 denunciando falsamente endereços onde supostos autores, foragidos, procurados ou traficantes estariam. Dessa forma, equipes eram mobilizadas para a apuração do fato.

Romulo foi liberado seis horas após a prisão em flagrante que ocorreu às 14h30 de segunda-feira (4/7). “Desconfiamos que os endereços dados por ele eram os mesmos ou na mesma regional, no bairro Morro Azul. Passamos a fazer um levantamento e, ontem, o pegamos em flagrante”, explicou o delegado-chefe, Érito Cunha.

Na ligação feita no dia da prisão, uma atendente do 197 faz diversas perguntas para o suspeito. Durante a ligação, que durou cerca de dez minutos, a equipe da 30ªDP se mobilizava para fazer o flagrante. No fim da ligação é possível ouvir os agentes dando voz de prisão ao pintor. Ele estava em um telefone público do conjunto C, no Morro Azul.

Confira um trecho do último trote feito por Romulo Miranda

 

As ligações foram feitas por, ao menos, dez números diferentes. Algumas eram de casos graves, como uma falsa pista sobre a autoria de um duplo homicídio que foi registrado na região, em 2015; localização de fugitivos da Penitenciária da Papuda e, até mesmo, supostas casas que guardavam um arsenal de armas e drogas.

“São denúncias que não há como ignorar. Investigamos e, muitas vezes, chegamos a entrar nessas casas à procura de drogas. Traz um enorme constrangimento para a família, que não tem conhecimento do fato e prejuízo para a polícia, que poderia estar atendendo ou investigando um caso verdadeiro”, destacou o titular.

Mirelle Pinheiro/Metrópoles
Érito Cunha, delegado-chefe da 30ª DP

À polícia, Romulo confessou que fez um trote por “diversão”, mas negou os demais. Érito Cunha explicou que o caso chamou atenção devido à idade do autor.

O delegado contou que quando a ligação parte de uma criança, os atendentes são treinados e conseguem diferenciar a notícia falsa da verdadeira. Já o pintor fornecia detalhes, endereços e até características físicas dos possíveis criminosos.

A delegacia da região vai investigar se os moradores dos endereços citados por Romulo o conheciam ou tinham alguma desavença com ele.

Agora, o caso do pintor será encaminhado para o Juizado Especial Criminal, que decidirá a pena. O suspeito tem passagem na polícia por furto qualificado, posse de drogas e agressão. A Polícia Civil também vai fazer um levantamento para chegar ao valor que o Estado deve ser ressarcido.

 

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