Fartura na área rural do Riacho Fundo II
Nas regiões do Caub 1 e 2, a produção de grãos, hortaliças, flores e peixes teve alta de 30% nos últimos cinco anos
atualizado
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Com apenas 20 anos, o Riacho Fundo II ainda está em expansão. A população pede um comércio forte, uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e mais escolas. No entanto, um dos destaques da região está na área rural. Os agricultores do Combinado Agrourbano (Caub) aumentaram a produção ao longo dos anos. Somente nos últimos cinco, a produção cresceu 30%, segundo dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater) .
Em uma área total de 93,6 hectares, 147 produtores rurais plantam milho, feijão, mandioca, hortaliças, uva, aves, flores e criam peixes. A marca é a diversidade. Eles abastecem bancas na Ceasa e em feiras de regiões administrativas, mas ainda pedem mais condições e menos burocracia para melhorar os serviços.
A família Bento Camargo chegou ao Riacho Fundo II, em 1986, quando o projeto do Caub, o primeiro cinturão de produção de alimentos do DF, selecionava algumas famílias para participar. Inicialmente, a previsão era de criar cinco unidades do Caub, o que não se concretizou, afirma Josué Bento Camargo, 39 anos. Em uma área de 6 hectares, ele, cinco irmãos e três sobrinhas produzem hortaliças, ervas medicinais, flores e têm um viveiro.
O primeiro projeto era para 100 famílias. Mas, com o tempo, os produtores rurais perderam algumas áreas para grupos de grileiros e para a expansão imobiliária.
Josué Bento, agricultor
Flores
Integrante da cooperativa Multiflor, Miriam Bento Camargo, 43 anos, produziu, só neste ano, 13 mil mudas de flores de forração – aquelas que enfeitam os balões das vias do DF – para a Novacap. “É possível, sim, viver da terra no DF. Faço cursos, inovo, conheço novas realidades para investir aqui”, destaca ela.
A perspectiva da produtora agora é investir em flores de corte, que servem para ornamentação e uso em festas. “Hoje, o maior produtor é Holambra, em São Paulo. Já estou com tudo pronto para começar, mas a poeira não deixa. Há anos ouço que a via próxima à chácara será pavimentada, mas nada acontece. Isso prejudica a produção”, lamenta.
Asfalto
De acordo com o administrador do Riacho Fundo II, Francisco Vicemar Medeiros, a primeira metade do projeto para pavimentar cerca de 1,3km entre as chácaras no Caub foi paga pelo governo anterior. Mas, para que a licitação ocorra, é necessário pagar a segunda parte e ter o projeto concluído: “Essa via não pode receber asfalto devido à preservação ambiental e às nascentes da região. Será toda de bloquetes de concreto. Agora, estamos com o projeto pronto, só falta licitar.”
A engenheira agrônoma e gerente da Emater Vargem Bonita, Desirée Duarte, lembra a importância de preservar as áreas do Caub 1 e 2. “É uma região com muitas nascentes. Por ali, passam o córrego Riacho Fundo, o Ipê e outros. Para isso, damos cursos e fazemos campanhas de conscientização com a população”, lembra.