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Exposição a céu aberto na Quadra 28 do Park Way

Gil Marcelino, artista espanhol radicado na RA, transforma local num ponto de encontro dos amantes da arte

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
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Onças, capivaras e panteras negras se revezam no caminho até a 28, do Park Way, mais conhecida como a Quadra da Arte. Por lá, os animais se encontram com aquele que se tornou padroeiro da região, São Francisco. Sentado em um banco com um filhote de suçuarana no colo, o homem de feições gentis cede um espaço para o visitante se acomodar. O cenário é parada obrigatória para quem passa pelo local. A exposição a céu aberto foi feita por Gil Marcelino, espanhol de 70 anos, que adotou Brasília como lar há mais de 30 anos.

O artista mostra com orgulho o sonho que, trabalhado em armações de aço e concreto, ganhou forma de animais silvestres em tamanho real. “Comecei por conta própria há dez anos. Com o tempo, os vizinhos começaram a colaborar com a compra de materiais. Hoje, são 39 animais espalhados nas quadras 14, 26 e 28”. Cada estátua tem custo estimado em R$ 1,5 mil.

No ateliê, é possível viajar no tempo por peças que representam passagens da via-sacra

 

Antes era preciso fazer manutenção pois quebravam as estátuas e tentavam roubá-las. Atualmente, as pessoas atentaram para a importância da arte e passaram a preservar.

Gil Marcelino

Apesar da aceitação do público, o artista conta que algumas peças chegaram a ser depredadas e até filhotes de antas “sequestrados”. A produção, geralmente, é feita em famílias de animais. São moldadas de 10 a 15 esculturas de uma só vez, processo que demora até duas semanas para ser finalizado. “Para mim, é um prazer levar arte para as ruas”, afirma.

 

Daniel Ferreira/Metrópoles
Gil Marcelino e sua versão estilizada de Dom Quixote

Espaço Cervantino
Mesmo atuando em seu ateliê, que funciona em um condomínio na Quadra 28, Marcelino segue empenhado no projeto voluntário. “Minha próxima obra será um grande moinho para instalar no Espaço Cervantino, na praça aqui da quadra”, revela. Afinal, a história de Dom Quixote e seu fiel escudeiro Sancho Pança não estaria completa sem os moinhos de vento que se transformavam em dragões, batalhas que eram movidas por amor a Dulcinéa. O local presta homenagem ao romancista espanhol e foi reconhecido como Patrimônio Cultural do Distrito Federal em 2014.

O herói errante também serve de inspiração para as obras do ateliê. Por lá é possível encontrar mais de 200 obras que narram o romance de Miguel de Cervantes, história que demorou 17 anos para atingir o estágio atual. As peças são esculpidas em madeira e ganham diversos tamanhos. No aconchegante ateliê também encontram-se passagens da via-sacra. A riqueza de detalhes é observada por uma luneta. A comunidade e estudantes têm passe livre para visitar o ateliê.

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