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Problemas em prédios de luxo levam moradores do Noroeste à Justiça

Dois edifícios apresentam rachaduras, desnivelamento, afundamento das pastilhas e infiltrações. Empresa diz que está fazendo os reparos

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1 de 1 WhatsApp Image 2017-08-29 at 20.14.01 - Foto: DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES

Moradores de dois prédios do Setor Noroeste, um dos metros quadrados mais caros da capital, estão às voltas com problemas como infiltração, rachaduras e queda de pastilhas na fachada. Cansados de esperar pela correção das falhas, os moradores acionaram a Justiça.

De acordo com o advogado que atua nos dois casos, Vinícius Nóbrega Costa, pelo menos 78 famílias entraram com ações, após dois anos de negociação com a construtora. “Não restou outra alternativa que não fosse a busca pelo Judiciário”, afirmou. Os apartamentos nesses edifícios são de alto padrão e custam entre R$ 700 mil e R$ 1,1 milhão.

Os problemas podem ser vistos logo do lado de fora dos prédios. De acordo com o advogado, em março deste ano, as pastilhas da fachada do edifício Bossa Nova caíram. No Atrium D’Or, há risco de queda do parapeito que protege a piscina. Além disso, os dois condomínios têm infiltração.

Morador do Bossa Nova, o jornalista e advogado Davi Souza de Oliveira, 50 anos, disse que, desde dezembro de 2016, o apartamento dele, que fica no sexto andar (último do prédio), embaixo da cobertura com piscina, apresentava vazamentos.

“Só foi consertado depois que acionei a Justiça. Além disso, quando fui morar lá, descobri que a hidromassagem na área comum da cobertura faz um barulho horrível no meu apartamento, porque foi instalada sem isolamento acústico”, afirmou. “Tenho vários vizinhos com o mesmo problema. Alguns têm inclusive rachaduras em casa”, acrescentou.

Para a empresária Maria do Carmo Costa Gonzaga, 52, a principal falha do edifício está no acabamento. Há alguns meses, um cano entupido tirou o sossego da moradora, que também precisou acionar a Justiça para solucionar a questão. “Comprar um apartamento de uma construtora de outro estado não foi uma boa ideia. Acredito que as empresas de Brasília podem dar mais retorno em relação a tudo”, disse.

O síndico do prédio, Thiago Oliveira Hoerlle, 33, destacou que, desde que o Bossa Nova foi entregue, em 2014, os moradores de todos os andares — seis, no total — se queixam de problemas com a estrutura. “São rachaduras na fachada, desnivelamento, afundamento das pastilhas e infiltrações”, enumerou.


Confira fotos do Edifício Bossa Nova:

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O local ainda está em obras
A empresa também está aplicando novas pastilhas na frente do prédio
De acordo com moradores, essas obras estão causando rachaduras dentro do edifício
O prédio apresenta rachaduras na garagem
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Moradores acionaram a Justiça após queda das pastilhas da fachada, em março deste ano

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O local ainda está em obras

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A empresa também está aplicando novas pastilhas na frente do prédio

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De acordo com moradores, essas obras estão causando rachaduras dentro do edifício

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O prédio apresenta rachaduras na garagem

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Segundo moradores, quando chove, a água escorre nas paredes da garagem

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Buraco no teto causado pelo encanamento de esgoto que estourou

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O problema atinge a copa do prédio

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A reportagem procurou o síndico do Atrium D’Or, mas, segundo ele, há um acordo com os moradores para não comentar o caso.

O outro lado
Em nota, a João Fortes Engenharia, incorporadora e construtora responsável pelos empreendimentos Bossa Nova e Atrium D’Or, disse que mantém uma relação próxima com seus clientes, atendendo às solicitações previstas em contrato e mantendo um canal de comunicação ativo e transparente.

A empresa afirmou que está cumprindo rigorosamente o que consta da decisão judicial (Antecipação de Tutela), realizando os reparos necessários na fachada do condomínio Bossa Nova. A João Fortes ressaltou, ainda, que o serviço de impermeabilização das duas rampas de acesso à garagem do condomínio foi concluído, restando apenas o reparo do vazamento de uma das juntas de dilatação, que será realizado nas próximas semanas.

Já em relação ao guarda-corpo da piscina do Atrium D’Or, a empresa reiterou o que já foi informado ao condomínio: o equipamento encontra-se fixo e seguro. “A empresa responsável pela instalação irá emitir um parecer atestando que o guarda-corpo foi colocado conforme a legislação vigente”.

Reclamações constantes
O Instituto de Defesa do Consumidor (Procon) do Distrito Federal, registrou, de janeiro até maio deste ano (último período analisado), 216 queixas contra construtoras e incorporadoras. No ano passado, foram 409 casos dessa natureza.

O Procon orienta que o consumidor esteja sempre atento a todos os termos do contrato. O órgão recomenda ainda que o comprador pesquise sobre a empresa antes de adquirir qualquer imóvel, verificando sua reputação no mercado e visitando outras construções da empresa.

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