Moradora de rua incendeia posto da PM no Lúcio Costa
Ela foi detida e encaminhada à 1ª Delegacia de Polícia, segundo informações da Polícia Militar
atualizado
Compartilhar notícia
O posto comunitário de segurança da Polícia Militar no Setor Lúcio Costa, no Guará, foi incendiado na madrugada deste sábado (16/4). De acordo com informações da PMDF, uma moradora de rua ateou fogo ao local e foi levada para a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).
A Polícia Civil informa que a mulher, Alenice Alves da Silva, teria sido vista por PMs colocando fogo em um papelão, fazendo uma fogueira para se aquecer, muito próximo ao posto. A equipe apagou o fogo e pediu para a mulher sair. Minutos depois de saírem do local, os militares teriam recebido outra chamada noticiando incêndio.O boletim de ocorrência diz que quando eles retornaram ao posto, o encontraram em chamas, e a mulher perto de um quiosque com duas sacolas. Em uma delas haviam duas garrafas, uma com água e outra com líquido aparentando ser bebida alcoólica, e duas caixas de fósforo. A perícia foi acionada.
Anunciados com pompa e apresentados como a solução para o combate à criminalidade ainda no governo José Roberto Arruda, em 2007, os postos comunitários de segurança (PCSs) estão, em sua maioria, fechados. Das 131 unidades, dez foram queimados no ano passado. Em 2014, foram 14.
Cada posto comunitário custou entre R$ 100 e R$ 150 mil — num total de R$ 18 milhões gastos —, mas muitos estão desativados, tomados pelo mato, entulho e longe de cumprirem o papel para o qual foram construídos: aproximar a polícia da comunidade. Há casos em que as estruturas que deveriam reforçar a segurança fazem justamente o contrário — viraram ponto de tráfico e consumo de drogas e servem de abrigo para criminosos.
Investimento
Em agosto do ano passado, a Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle, da Câmara Legislativa promoveu uma audiência pública para discutir o futuro dos postos comunitários. Na ocasião, moradores do Plano Piloto pediram, em vez do fechamento, a melhoria da estrutura das instalações e a contratação de policiais militares.
À época, o representante do Conselho Comunitário da Asa Sul, Ricardo Marra, disse que uma desativação total dos postos traria mais insegurança para os moradores. “Não se pode desfazer o que já foi feto”, reclamou.
O diretor do Conselho Comunitário da Asa Norte, Paulo Alves, também criticou, na ocasião, uma possível retirada dos PCSs. “Isso é um descalabro. Os postos precisam ser ampliados para a realização de ações proativas”, defendeu
Ação equivocada
A PMDF e parte dos especialistas em segurança pública consideram os postos comunitários uma ação equivocada. Eles defendem que a ideia do policiamento comunitário é muito mais do que um posto físico e pressupõe mobilidade e interação com a população. Além dos postos fixos, a Polícia Militar informa que trabalha com 40 móveis (veículos tipo van).