Recordista nos 100m rasos, paratleta de Ceilândia busca patrocínio
Ricardo Serpa, 22 anos, precisa de, aproximadamente, R$ 1 mil para arcar com a manutenção da cadeira usada nas corridas e com os materiais de treino
atualizado
Compartilhar notícia
Por causa de uma lesão na medula aos oito meses de idade, Ricardo Serpa, 22 anos, perdeu os movimentos das pernas. A deficiência, no entanto, não impediu que o baiano, natural da zona rural de Santa Rita de Cássia, conquistasse a melhor marca no atletismo nos 100m T34 e se consagrasse o atual recordista brasileiro na modalidade.
Morando em Ceilândia há quatro anos, Serpa busca agora patrocínio para participar em abril das fases nacionais do Circuito Brasil Caixa Loterias (CPB). Ele precisa juntar cerca de R$ 1 mil para arcar com a manutenção da cadeira usada nas corridas e com os materiais de treino.
A capital candanga que abraçou o baiano também foi responsável por lhe apresentar o esporte. Além de participar do CPB, Serpa tem a meta de se classificar para as paraolimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. “Sou prova de que somos donos do nosso próprio destino. Não importa se você nasceu em uma família rica, pobre, se você só tem um olho ou apenas um braço. No meu caso, não tenho o movimento das pernas, mas isso não me impediu de sonhar”, diz.
Para alcançar esses objetivos, ele treina, religiosamente, três vezes por semana na Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe). Apesar de não faltar aos treinos, o atleta relata que enfrenta muitas dificuldades com o transporte público da capital. “Poucos ônibus são adaptados. Tenho que pegar duas conduções até o meu local de treino. Mas o esforço tem valido a pena”, explica.
Sem patrocínio, Serpa concilia as despesas pessoais e os treinamentos, custeados com uma única fonte de renda de um salário-mínimo de benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ele mora de aluguel com a irmã Irany Serpa, 29, e a sobrinha Stella, 4. Ele conta que a irmã, vendedora em uma loja de eletrodomésticos, é sua maior incentivadora. “Pagamos R$ 600 reais de aluguel, e ainda há as despesas com água e luz. Ela tem sido meu porto seguro”, diz.Em 2015, com o apoio da Administração Regional do Riacho Fundo II (foto ao lado), Serpa conquistou duas medalhas de prata nas modalidades de lançamento de dardo F34, e nos 100m rasos T34, na fase regional do Centro-Oeste do Circuito Brasil Caixa Loterias CPB. Também na mesma competição, arrebatou o bronze no arremesso de peso F34. Na etapa nacional do circuito realizada em novembro, em São Paulo, Ricardo bateu o recorde nos 100m T34. O resultado o consagrou como o cadeirante mais veloz do Brasil em sua categoria.
Quem se interessar e quiser ajudar o atleta deve entrar em contato pelos telefones : 9111-6651/9870-4891.
Com informações da Administração Regional de Ceilândia