Morte de criança afogada no Sol Nascente revolta moradores
De acordo com a população, Josué morreu em lago formado por água acumulada em obra do GDF. Secretaria nega
atualizado
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A morte de uma criança de seis anos no Sol Nascente, em Ceilândia, deixou os moradores da região revoltados. No último domingo (18/3), segundo relatos, o pequeno Josué se afogou quando brincava com outras crianças próximo às obras de construção de galerias de águas fluviais, que estão sendo feitas pelo governo do DF no Trecho 1. O menino foi socorrido por populares, ficou internado, mas não resistiu e morreu na quarta (21).
Conforme contou o líder comunitário Edson Batista, o garoto se afogou em um lago que se formou pela bacia de contenção. Ele disse não existir cercamento na região nem placas informando os riscos, apesar do perigo. “As obras não estão paradas, acontecem a passos de tartaruga, porém, não há sinalização no local. Isso acaba facilitando a presença de crianças”, dispara.
Um vídeo mostra a criança sendo socorrida logo após ser retirada da água. Um rapaz carrega o menino no colo em busca de socorro. Batista disse que Josué foi levado à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Ceilândia e, depois, transferido para o Instituto Hospital de Base (IHB). Amigo da família, o pedreiro Antônio Santos está desolado: “O governo não pode deixar essa região sem as placas de alerta. Tem muita criança aqui que os pais saem para trabalhar cedo e ficam sozinhas o dia inteiro”.Vídeo mostra o menino após ser socorrido:
O outro lado
A Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sinesp) informou que o acidente não ocorreu dentro do polígono da ação de urbanização do Sol Nascente, mas sim em um córrego localizado dentro de Área de Preservação Permanente (APP), onde não houve intervenção relacionada à obra.
“Esse córrego recebe, por meio de um dissipador de energia, as águas provenientes das bacias de qualidade e detenção, que reduzem a vazão de pico da enchente, de modo a não causar impacto no córrego. O limite da obra é o dissipador de energia”, explicou o órgão em nota.