PF deflagra segunda fase da Operação Carne Fraca em Goiás
O ex-superintendente regional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Estado de Goiás é o principal alvo desta fase
atualizado
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A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (31/5), a segunda fase da Operação Carne Fraca, que investiga uma organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio.
Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva em Goiás. O ex-superintendente regional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Estado de Goiás Francisco Carlos de Assis é o principal alvo desta fase.
O ex-superintendente foi flagrado em interceptações telefônicas destruindo provas relevantes para a apuração da Operação Carne Fraca, segundo informou a PF. Francisco Carlos é réu por ter participado de um esquema de corrupção entre uma grande empresa do ramo alimentício e o ex-chefe do Serviço de Inspeção em Produtos de Origem Animal (Sinpoa-GO).Os investigados responderão pela prática dos crimes de obstrução de investigação criminal, além de outros delitos já identificados nos autos. O preso será transferido para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde permanecerá à disposição da 14ª Vara Federal.
Esta nova etapa foi batizada de “Antídoto” em referência à uma ação policial com o objetivo de cessar os atos criminosos do investigado e de preservar eventuais novas provas.
Primeira fase
A primeira fase foi deflagrada em 17 de março. Em quase dois anos de investigação, a PF detectou que as superintendências regionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Paraná, Minas Gerais e Goiás atuavam diretamente para proteger grupos empresariais, em detrimento do interesse público.
Segundo a PF, os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva. Entre as ilegalidades praticadas no âmbito do setor público, está a remoção de agentes públicos, com desvio de finalidade para atender interesses dos grupos empresariais. Tal conduta, de acordo com a PF, permitia a continuidade das fraudes.
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