metropoles.com

Quando estamos muito críticos não estamos nos sentindo amados por Deus

A melhor forma de não julgar é nos sentirmos profundamente amados, integralmente respeitados e cuidados por Deus

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
iStock
paz tranquilidade pedra mar equilíbrio bem-estar
1 de 1 paz tranquilidade pedra mar equilíbrio bem-estar - Foto: iStock

“O ser consciente deve trabalhar-se sempre, partindo de sua realidade psicológica, aceitando-se e aprimorando-se sem cessar. Consegue essa lucidez quem se autoanalisa disposto a ver-se sem máscara. Por isso, não se julga nem se justifica, não se acusa nem se culpa. Apenas descobre-se.” E segue adiante…

A frase brilhante de Joanna de Angelis mostra de forma objetiva que o caminho do “conheça-te a ti mesmo” – principal ferramenta para que alcancemos a paz interior – pode ser construído de forma mais leve e tranquila. Não precisamos evoluir aos tropeços e dores necessariamente. Nessa busca por nos liberarmos de conceitos rígidos sobre como se dá o processo evolutivo, esbarramos em crenças arraigadas, fixações e vieses perigosos pelo caminho.

A essência do grande pedagogo nos convida a amar
Um dos aspectos que mais causam sofrimento é a autocrítica desequilibrada, que rapidamente nos leva a desaguar no oceano da culpa. E a culpa invariavelmente nos chumba no chão, nos imobiliza. Com ela paramos de caminhar e fluir em meio às águas do aprendizado contínuo. Por outro lado, viver na negação de nossas dores, sem autoanálise, desconectados, de forma irrefletida e descuidada, nos leva para o outro extremo do pêndulo. Extremo este que nos prende, novamente, na imobilidade e estagnação.

Quando nos sentimos muito críticos com relação a nós mesmos ou às pessoas, percebemos que não estamos nos sentindo amados por Deus.

A melhor forma de não julgar é nos sentirmos profundamente amados, integralmente respeitados e cuidados por Deus. Assim, preenchidos e sustentados, o amor transborda de dentro para fora. Passamos a ver tudo e todos em processo, pois não tem como não se encher da essência do Grande Pedagogo, e comungar de Sua verdade e misericórdia. O Pai olha para seus filhos e sabe que é o tempo e o processo de cada um. Quando nos sentimos amados, cuidados e olhados por Deus, sempre próximos d’Ele, passamos a ter esse olhar compassivo conosco mesmos, e com os demais também.

Por isso, a importância de distinguir autocrítica de autoanálise.

Autocrítica X Autoanálise
Quando abraçamos e acolhemos cada passo que damos em nossas vidas, nos sentimos aceitos, compreendidos e empolgados a criar ações mais amorosas e livres. Portanto, diante de um “aparente erro”, precisamos ir além dos rótulos e receios das expectativas sociais não correspondidas, e ouvir o que aquela atitude fala sobre nosso momento interno.

Por exemplo, um ataque de ciúmes público. Nos sentimos expostos e fracos porque, momentaneamente, cai a máscara de proteção, controle e poder que, a tanto custo, sustentamos para a sociedade.

Podemos escolher ficar estagnados na ressaca moral, na vergonha pública; ou olhar para dentro e ver a preciosidade desse episódio como um grito interno da consciência que já está pronta para lidar com a insegurança manifesta. É o buraco clamando por um olhar mais atento, por um acolhimento mais intenso, por um colo mais demorado.

É aí, neste exato momento, que temos a chance de nos olhar e escolher o caminho da autoanálise, do autoconhecimento, que bebem das fontes da compreensão, da lucidez e do autoamor para preencher as lacunas de dentro. Assim, gostosamente e com carinho, trazendo movimento e fluidez para o processo.

Ou podemos continuar presos à autocrítica, à vergonha, ao vexame, à culpa, à raiva – elementos, estes, sintomáticos do esforço egóico por calar e tampar o buraco que clama por ser visto, acolhido, preenchido e integrado com amor e gratidão.

O mal precisa ser iluminado, integrado e não extirpado
Quando o espírito André Luiz diz que “o mal não merece comentários”, ele se refere a essa dinâmica energética. Isso é ensinado com maestria, também por Joanna de Angelis, com o exemplo do grão de areia que invade a ostra. “Ao invés de expulsá-lo, ela o envolve, transforma-o em pérola reluzente. De igual maneira, transforma o aparente mal em significativo bem. Não será fácil evitar-se a convulsão social, enquanto não se corrigirem as de natureza moral. Começa, de tua parte, o programa de transformação da humanidade, em ti mesmo, sem permitir que a tua seja a contribuição perturbadora, aquela que impede o progresso geral.”

A pedagogia Waldorf também atua sobre a mesma conclusão e afirma que “o mal não se combate, reforça-se o bem”.

Ao nos depararmos com uma falha nossa ou do outro, podemos entrar num estado de observação indulgente, com doçura e encantamento pelo processo em andamento. Lançamos mão da análise neutra, que não se apega, não pune, mas também não se vitimiza nem se justifica. Mergulhamos no maravilhoso processo do “conhece-te a ti mesmo”, com amor, responsabilidade, reconhecimento, foco, ritmo, calma, aceitação, movimento. Assim, conseguimos continuar a fluir e a integrar todos os aspectos duais do ser, percebendo que tudo, absolutamente tudo, conspira para o bem.

O filho aprende a amar, e não necessariamente expiar
Nesse lugar, não se trata mais de expiar nem ser provado, testado, mas simplesmente aprender a amar e a fluir nesse amor. O amor deseja amar, manifestar-se por meio de nossa humanidade, traduzindo-se ricamente em matizes de cores mil. Alinhados com este amor, passamos a refletir mais fielmente as luzes da fonte infinita do Pai. Caminhamos com as próprias pernas, mas sempre sustentados pela constância e segurança de Suas leis divinas.

No texto Pensar, também do espírito André Luiz, confirma-se esta ideia claramente: “Deus é Amor e não pune criatura alguma. A própria criatura é que se culpa e se corrige, ante os falsos conceitos que alimente com relação a Deus. Em nosso íntimo, a liberdade de escolher é absoluta; depois da criação mental que nos pertence, é que nos reconhecemos naturalmente sujeitos a ela. O Bem Eterno é a Lei Suprema”.

O convite do amor é ir além da consciência-tribunal e fluir na consciência-movimento, erguendo um novo estado de alegrias e louvores a toda e qualquer manifestação da vida. Quando vemos o bem em tudo e em todos, dentro e fora, mesmo em expressões de adversidades mil, a consciência torna-se um altar de bênçãos e honrarias à incrível experiência de aprender a amar.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?