Como valorizar a oportunidade de ter esse planeta como morada?
Como diz o amado Chico Xavier, encarnação não tem endereço errado. Não estamos aqui por mero engano.
atualizado
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Recentemente, passei por momentos que me levaram a desejar ir embora do país, buscar uma cultura mais racional, mais ideal. Embora seja um movimento válido – viver novas experiências em família – fiquei incomodada com a sensação estranha que estava sentindo: um incômodo grande de estar no Brasil. Em alguns momentos, estar na Terra também nos revira o estômago diante das violências das guerras, das travessias suicidas de refugiados nos oceanos, de polarização intensa na política de diversos países, da fome que mata.
Me vi presa numa sensação infantilizada de “não pertencer a este lugar”, e eu sabia que isso estava em profundo desacordo. Afinal, como diz o amado Chico Xavier, encarnação não tem endereço errado. Não estamos aqui por mero engano.
Isso não quer dizer que absolutamente não possamos viver em outras paragens. Mas que a decisão de sair de onde estamos não deve se fundamentar numa fuga. Fazer uma mudança assim precisaria se dar pelas razões certas.
Já nos primeiros quatro capítulos, uma gratidão sem igual invadiu meu ser, e pude sentir aquele estranho incômodo desaparecer devagar. Percebi as arestas começarem a amainar, em concordância novamente. Um encaixe tão confortável, que acessei uma alegria imensa por estar aqui, exatamente onde estou.
Entendi que esse lindo planeta-escola é oportunidade abençoada de aprender por meio do exercício do amor. Quando necessário, pelo lapidar da dor, em provas e expiações. Pela lida do espelhamento diário diante das pessoas com que convivemos. Pelas necessidades duras da matéria. Pela prova de paciência e renúncia que envolve formar uma família. Ou pelo desafio de não ter ninguém ao lado.
Precisamos urgentemente lembrar porque estamos aqui, nesse planeta lindo, nesse país de encantos mil: aproveitar intensamente todos os cenários de aprendizados – conosco mesmos, com as famílias, cônjuges, no trabalho, ou em sociedade.
Aprender a amar cada cenário desse grande teatro da vida para nos olharmos sempre, em busca da nossa porção mais amorosa, mais conciliadora, mais mansa, mais silenciosa, mais compreensiva, mais abarcadora de diferentes pontos de vista. Menos impositiva, menos argumentadora, menos apartadora, menos raivosa, menos intolerante.
Estar aqui e agora, e focar no que é realmente essencial: aprender a amar!