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Votação para manter Selic em 10,50% ao ano foi unânime no Copom

Mercado temia novo racha em decisão do órgão do Banco Central, o que poderia aumentar o nível de incertezas do mercado

atualizado

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Raphael Ribeiro/BCB
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1 de 1 imagem colorida com diretoria do Banco Central em reunião do Copom - Metrópoles - Foto: Raphael Ribeiro/BCB

A decisão de manter a taxa básica de juros, a Selic, anunciada nesta quarta-feira (19/6), foi unânime entre os integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom), formado por oito diretores e pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto

Analistas de mercado temiam um novo racha no órgão, como o que ocorreu na última reunião do Copom, nos dias 7 e 8 de maio. Na ocasião, os integrantes do BC indicados pelo atual governo votaram a favor de um corte de 0,50 ponto percentual da Selic. Os demais optaram pela redução de 0,25 ponto percentual, que prevaleceu com a decisão do presidente do Banco Central.

A possibilidade de um novo racha nesta semana cresceu na terça-feira (18/6), depois dos ataques feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra Campos Neto. Entre outras coisas, Lula disse em entrevista à rádio CBN que o presidente do BC “trabalha muito mais para prejudicar do que para ajudar o país”.

Maior pressão

Para Alexandre Schwartsman, consultor e ex-diretor do Banco Central, a manifestação do presidente da República aumentou a pressão sobre os membros do Copom indicados pelo governo para não voltar com Campos Neto. Com isso, disse o economista, as chances de uma decisão unânime sobre a Selic diminuíram.

Tendência da inflação

Na avaliação de economistas, o racha teria consequências negativas para o cenário econômico. A primeira delas seria o aumento das projeções para a inflação para os próximos anos. Essa elevação já vem ocorrendo, segundo dados coletados pelo BC junto ao mercado e divulgados no Relatório Focus.

Técnico ou político

Além disso, e ainda sob o ponto de vista dos analistas de mercado, a divisão do Copom aumentaria as dúvidas sobre o comportamento do BC, em geral, e do Copom, em particular, depois da saída de Campos Neto, que vai deixar o cargo no fim de 2024. Nesse caso, os especialistas colocam em xeque se as futuras decisões do Banco Central serão técnicas – com foco, portanto, na condução da inflação para a meta de 3% – ou se terão motivação política. Com a unanimidade da votação, a perspectiva técnica ganha força.

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