“Volatilidade do mercado” não pode influenciar Petrobras, diz Haddad
Em São Paulo, ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que “governo não tem ingerência nenhuma sobre a política de preços da Petrobras”
atualizado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (4/8) que a Petrobras não pode se deixar levar pela volatilidade do mercado internacional para tomar decisões sobre eventuais reajustes dos preços dos combustíveis.
Mais cedo, como noticiado pelo Metrópoles, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, indicou que a estatal pode elevar o valor dos combustíveis caso o preço internacional do petróleo suba.
“A Petrobras não pode mais, como fez no passado, tomar decisões com base na volatilidade do mercado. Um dos compromissos do governo é não se deixar levar pela volatilidade do curto prazo e fazer as projeções de preço dos combustíveis no Brasil com base naquilo que é concreto, e não com base no que é especulativo”, disse Haddad, em entrevista a jornalistas no escritório do Ministério da Fazenda em São Paulo.
“Toda vez que Arábia Saudita corta a produção de petróleo, o preço sofre uma oscilação. E as pessoas começam a especular se a Petrobras vai aumentar o preço, e não deixam os preços do petróleo se acomodarem”, afirmou o ministro da Fazenda.
Haddad ressaltou que “o governo não tem ingerência nenhuma sobre a política de preços da Petrobras”, mas disse que acompanha “a evolução disso no dia a dia, porque tem impacto na política econômica”.
“Não podemos nos deixar levar por movimentos especulativos no exterior em relação a preços de commodity, a não ser quando esse movimento é consistente e estrutural”, prosseguiu Haddad. “Não precisamos importar a instabilidade da economia internacional para cá.”
Na noite de quinta-feira (3/8), a Petrobras anunciou que reportou um lucro líquido de R$ 28,78 bilhões no segundo trimestre, o que representa uma queda de 47%, na comparação com o mesmo período de 2022.
Além da redução no lucro, a Petrobras viu diminuir também o valor dos dividendos distribuídos aos acionistas. O valor total a ser pago é de cerca de R$ 15 bilhões, o que representa uma redução de 39% em relação ao primeiro trimestre (R$ 24,7 bilhões), e de 83% na comparação com o mesmo período do ano passado (R$ 87,8 bilhões).