Vendas de carros novos caem 8,6% e têm pior maio desde a pandemia
Venda de carros e caminhões novos caiu em maio na comparação com o ano passado. Setor avalia que consumidores aguardam pacote do governo
atualizado
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As vendas de veículos novos, incluindo carros, veículos comerciais leves e caminhões, caíram 5,6% em maio frente ao mesmo período do ano passado. Os dados do mês foram divulgados nesta sexta-feira (2/6) pela Fenabrave, asssociação que reúne as concessionárias.
Ao todo, foram 176,5 mil emplacamentos no período.
Em veículos leves, a queda foi maior, de 8,6% em relação a maio de 2022. Foram emplacados 166,4 mil veículos do tipo em maio, configurando o pior desempenho desde 2020, no início da pandemia da Covid-19.
A queda no mês já havia sido antecipada pela observação de outros dados, como mostrou o Metrópoles. Além das dificuldades gerais do mercado, com juros mais altos para financiamento, a avaliação do setor é que os consumidores que já pensavam em comprar um automóvel estão adiando a aquisição no aguardo dos cortes de impostos prometidos pelo governo.
O governo ainda não fez o anúncio dos detalhes e data de início do plano, o que deve ocorrer na próxima semana.
Na comparação com o mês anterior, as vendas de veículos novos subiram 9,8%, mas a Fenabrave informou que maio teve quatro dias úteis a mais. Assim, a média diária representou uma queda de 10,1% em relação ao mês anterior.
A alta nas vendas desde o início do ano é de 9,3%, com 808,8 mil veículos licenciados entre janeiro e maio. Com a desaceleração nas vendas em maio, o aumento também ficou abaixo do acumulado até abril (14,4%).
Detalhes devem ser anunciados na semana que vem
No fim de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciaram que o governo vai reduzir impostos federais (PIS/Cofins e IPI) em veículos novos de até R$ 120 mil. Os descontos na alíquota vão de 1,5% a 10,96%.
O governo ainda não divulgou detalhes e data de início dos descontos. O Ministério da Fazenda trabalha no cálculo de impacto fiscal e duração da medida.
Na última sexta-feira (26/5), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que trabalha com prazo de 15 dias (isto é, até a próxima semana) para anunciar os detalhes. O ministro disse na ocasião que o anúncio poderia ser antecipado e feito ainda nesta semana, o que não ocorreu.