Venda de veículos cresce só em dois dos dez maiores mercados globais
Apenas China e Alemanha apresentaram resultados positivos na comparação entre 2021 e 2022. Brasil teve queda de 0,7%, mas ficou em 5º lugar
atualizado
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Bom não foi, mas poderia ter sido bem pior. Em linhas gerais, essa é a análise do desempenho das vendas da indústria automobilística no Brasil no ano passado, feita pelo próprio setor. Isso porque foram emplacados 2,1 milhões de veículos novos no país em 2022. O número representou uma queda 0,7% em relação a 2021. Apesar do baque, o mercado nacional manteve-se entre os cinco maiores do mundo (veja quadro abaixo).
Entre os dez países com maior número de vendas, apenas a China e a Alemanha apresentaram resultados positivos no ano passado. Ainda assim, o avanço foi tímido. No mercado chinês, foram vendidos 26,7 milhões de veículos, num crescimento de 1,7% em relação ao ano anterior. No alemão, o total de unidades emplacadas alcançou 2,6 milhões, com elevação de 1,1% na comparação com 2021.
Nos outros oito países entre os dez maiores mercados globais, as vendas ficaram no vermelho. As maiores quedas foram anotadas na Itália (9,6%), na França (7,8%), nos Estados Unidos (7,6%) e no Japão (5,6%). “Esses dados, portanto, colocam o Brasil dentro do contexto mundial”, diz Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Na avaliação da Anfavea, os entraves que levaram à queda de vendas da indústria automobilística global foram similares. O maior deles, observa Moraes, diz respeito à escassez de componentes, como semicondutores – os chips. Ela foi provocada pela quebra nas cadeias mundiais de produção durante a pandemia e pela maior demanda desses dispositivos por parte das empresas de tecnologia. No ano passado, cerca de 4,5 milhões de veículos deixaram de ser produzidos pela falta de chips no mundo.