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Venda de carros chineses cresce 450% no primeiro semestre, diz Anfavea

Exportação de veículos brasileiros caiu 28,3% no mesmo período, o pior resultado desde 2009, à exceção de 2020, no auge da pandemia

atualizado

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Navio da montadora chinesa BYD no Porto de Suape (PE) com 5 mil carros - Metrópoles
1 de 1 Navio da montadora chinesa BYD no Porto de Suape (PE) com 5 mil carros - Metrópoles - Foto: Reprodução

No primeiro semestre deste ano, cerca de 200 mil veículos importados foram emplacados no Brasil. O número representou um crescimento de 38% sobre o mesmo período de 2023. Desse total, os carros de origem chinesa representaram 78%, uma alta de quase 450% sobre o primeiro semestre do ano passado. Tais dados foram divulgados nesta quinta-feira (4/7) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que reúne as principais montadoras do país.

Dito de outra forma, a participação da China na venda de veículos no Brasil saiu de 7% no primeiro semestre do ano passado para 26% no mesmo período deste ano. “Temos o Imposto de Importação mais baixo para modelos elétricos de origem chinesa entre os países produtores, o que serve de atrativo para a importação acima de um patamar saudável de equilíbrio”, disse o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.

Para Leite, esse quadro está “prejudicando a produção nacional”, além de “ameaçar investimentos e empregos”. “Por isso a demanda urgente da elevação do Imposto de Importação para 35%, como ocorre com outros importados”, afirmou. “E esse seria um patamar relativamente baixo frente ao de outros mercados importantes.”

A Anfavea informou ainda que decidiu rever as projeções para 2024, feitas no final do ano passado. A maior mudança ocorreu em relação às exportações. A expectativa inicial era de uma alta de 0,7%, mas, agora, ela passou para um recuo de 20,8%.

Queda de exportações

Nos primeiros seis meses do ano, 165,3 mil veículos deixaram o país, uma queda de 28,3% sobre o mesmo período de 2023. Esse foi o pior resultado registrado desde 2009, com exceção de 2020, que marcou o auge da pandemia.

Para a Anfavea, a queda nas exportações, somada à alta nas importações, faz com que a produção caia no mercado interno. Assim, o crescimento da produção foi revisto para baixo. Era de 6,1% e passou para 4,9%. 

Reforma tributária

Lima Leite também criticou a proposta de inclusão de automóveis de passeio e comerciais leves no Imposto Seletivo, dentro da reforma tributária. “O Imposto Seletivo foi concebido com o objetivo de reduzir o consumo de produtos considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente”, disse. “Ao adotar a medida, iremos na contramão, dificultando o acesso a modelos menos poluentes e mais seguros, e retardando de forma temerária a renovação da frota nacional.”

A produção acumulada no primeiro semestre foi de 1,138 milhão de unidades, volume 0,5% superior ao do ano passado. “Se os emplacamentos de importados e as exportações do primeiro semestre de 2024 tivessem sido iguais aos volumes registrados no mesmo período de 2023, o aumento da produção seria de 11%”, afirmou o presidente da Anfavea. 

Caminhões em alta

O setor de pesados, porém, cresceu de forma expressiva. A produção de caminhões fechou o semestre com elevação de 36,5% e as vendas aumentaram 8%, Os ônibus cresceram 53,8% em produção e caíram 21,8% em vendas.

As vendas internas compõem o indicador mais positivo do setor automotivo. O mês passado foi o melhor junho desde 2019 em emplacamentos e teve a maior média diária de vendas deste ano, com 10.715 unidades, volume bem próximo ao que se verificava antes da pandemia. No acumulado do ano, foram 1,144 milhão de veículos emplacados, uma elevação de 14,4% sobre o primeiro semestre de 2023.

Esse ritmo fez a Anfavea rever – neste caso para cima – as projeções de vendas no ano. Ela passou de 6,1% para 10,9%, para um volume de 2,560 milhões de veículos. A questão, ressalta a Anfavea, é que boa parte desse crescimento vem sendo absorvida por veículos importados, em especial da China.

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