Varejistas despencam após recuo do governo sobre taxação de asiáticas
Ações de varejistas brasileiras como Lojas Renner, Via, Magazine Luiza, C&A, Marisa e Alpargatas caíram forte nesta terça-feira (18/4)
atualizado
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A decisão do governo federal de manter a isenção de impostos para encomendas internacionais de pessoas físicas para pessoas físicas no valor de até US$ 50, anunciada nesta terça-feira (18/4), derrubou as ações de algumas das principais empresas brasileiras do varejo.
Por volta das 16 horas, as ações ordinárias das Lojas Renner recuavam 4,3%, enquanto as da Via caíam 3,05% e as do Magazine Luiza cediam 2,73%.
As ações da C&A também recuavam forte (-4%). A maior queda do dia no setor é da Marisa, que tomba mais de 9%. Os papéis preferenciais da Alpargatas recuavam 3,35%.
As varejistas brasileiras têm sofrido com a concorrência de empresas asiáticas como Shein, Shoppee e AliExpress, que, segundo o governo, estariam se passando por pessoas físicas para enviar as encomendas a clientes do Brasil sem cobrança de imposto.
A taxação de compras internacionais de até US$ 50 havia sido anunciada enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estava em viagem oficial à China, acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nesta terça, questionado por jornalistas se a isenção deixaria de existir, o ministro respondeu: “Não, não vai deixar de existir para pessoa física. Para pessoa física, não”.
Em seguida, Haddad afirmou que, na segunda-feira (17/4), Lula pediu para que a resolução da questão seja feita administrativamente, ou seja, coibindo o contrabando através do reforço na atuação da Receita Federal. “Nós sabemos que tem uma empresa que pratica essa concorrência desleal, prejudicando todas as demais empresas, tanto do comércio eletrônico, quanto das lojas abertas”, disse ele, sem citar nomes.
“Em relação à isenção de pessoa física, o presidente pediu para não alterar a regra, mesmo que isso signifique um custo mais elevado de fiscalização”, prosseguiu, citando uma brecha utilizada pelas varejistas internacionais para burlar a lei.