Total de empresas inadimplentes bate recorde no Brasil
Em fevereiro, 6,5 milhões de companhias estavam negativadas, cada uma com, em média, sete dívidas. Número é o maior desde 2016
atualizado
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No total, 6,5 milhões de empresas estavam inadimplentes em todo o país, em fevereiro. O número consta da pesquisa mensal realizada pela Serasa Experian e foi o maior da série histórica, iniciada em janeiro de 2016. As dívidas totalizaram o valor de R$ 112,9 bilhões. Em média, cada dessas companhias têm sete dívidas vencidas.
A maior parte das empresas da lista pertence ao setor de serviços. Elas representam 53,8% do total. Na sequência, estão o “comércio” (37,3%), a “indústria” (7,7%), o “setor primário” (0,8%) e “outros” (0,4%), que inclui a área financeira e o terceiro setor.
Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, há uma relação direta entra a curva de inadimplência das empresas e a verificada entre as pessoas. “Mesmo que existam oscilações positivas e alguns empreendedores consigam quitar suas dívidas, a melhoria contínua da inadimplência dos empreendimentos depende muito dos consumidores”, diz Rabi.
Dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que a inadimplência entre consumidores também cresceu em fevereiro de 2023. Ela atingiu 65,45 milhões de brasileiros. Isso significa que quatro em cada dez adultos (40,28%) estavam negativados nesse mês. O volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 7,49% em relação ao mesmo período de 2022.
No caso das empresas, em fevereiro do ano passado, cerca de 6 milhões de firmas estavam inadimplentes. Esse número cresceu ao longo de todo o ano passado, atingindo 6,4 milhões em dezembro de 2022. Ele permaneceu nesse patamar em janeiro, subindo para 6,5 milhões em fevereiro.
Na análise por estados, o problema mostrou-se maior em São Paulo, com mais de 2 milhões de companhias negativadas. Minas Gerais ficou em segundo lugar, com 627 mil casos, quase um terço do total paulista, seguido pelo Rio de Janeiro (585 mil), Paraná (411 mil) e Rio Grande do Sul (360,8 mil).