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Tesla perde US$ 700 bi em valor de mercado e tem pior ano da história

As ações da Tesla despencaram 65% do início de 2022 até quinta-feira (29/12); em novembro de 2021, os papéis da empresa bateram recorde

atualizado

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Montadora da tesla
1 de 1 Montadora da tesla - Foto: Reprodução

A Tesla, fabricante de veículos elétricos comandada pelo bilionário Elon Musk, deve fechar 2022 registrando o pior resultado de sua história no mercado de ações. A perda da companhia deve chegar a US$ 700 bilhões (o equivalente a R$ 3,6 trilhões) neste ano, segundo a Dow Jones Newswires.

As ações da Tesla despencaram 65% do início de 2022 até quinta-feira (29/12). Nas últimas semanas, a empresa negociou um novo pacote de ações, após os descontos oferecidos para os clientes receberem entregas de veículos antes do fim de ano gerarem temores sobre a demanda. Os investidores passaram a se preocupar com eventuais interrupções na produção.

A Tesla também sente os efeitos do fechamento temporário de sua fábrica na China, a maior em volume.

“Há uma preocupação de que a demanda caia no momento em que a Tesla está aumentando suas fábricas, e eles não verão o crescimento de volume que o mercado esperava inicialmente”, afirma Seth Goldstein, estrategista de ações da Morningstar Research Services.

De acordo com dados da Bernstein Research, os prazos de espera, que chegavam a 30 semanas no início do ano para alguns modelos da Tesla nos Estados Unidos, caíram significativamente.

Há pouco mais de um ano, em novembro de 2021, os papéis da Tesla alcançaram um recorde histórico, com aumento de produção e expansão dos veículos elétricos no mercado. Desde então, as ações da companhia derreteram mais de 70%.

Nos últimos meses, essa queda foi acentuada, principalmente desde que Musk assumiu o comando do Twitter.

Como mostrou o Metrópoles, a empresa valia quase US$ 1 trilhão (cerca de R$ 5,2 trilhões) em setembro, mês que antecedeu o fechamento do negócio com o Twitter. Hoje, a Tesla está avaliada em US$ 470 bilhões (algo como R$ 2,4 trilhões).

A sangria se deu por duas razões, uma prática e outra subjetiva. A primeira foi a venda de ações da Tesla pelo próprio Elon Musk. Para comprar o Twitter, o bilionário precisou levantar US$ 40 bilhões (R$ 208,6 bilhões) em um período relativamente curto e, por isso, foi obrigado a se desfazer de parte dos papéis para conseguir concluir a operação.

A oferta de um lote grande de ações pelo sócio majoritário derrubou as cotações – assim como em muitos assuntos financeiros, a lei que rege o mercado acionário é a da oferta e procura.

A queda do preço dos papeis da Tesla também está relacionada à piora de perspectivas sobre o futuro da empresa. Os investidores enxergam Musk mais dedicado à mudança radical na estrutura e estratégia do Twitter.

Desde outubro, o bilionário participou de todas as decisões públicas da rede social – desde a demissão de mais da metade dos colaboradores até o debate de temas em enquetes no próprio Twitter.

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