Tereza Cristina critica “travas” para o agro: “Somos reféns do atraso”
“Muito desse atraso deve-se a inaceitáveis travas regulatórias que persistem devido à irracionalidade e a equívocos ideológicos”, afirma
atualizado
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A senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura, alertou nesta segunda-feira (7/8), ao participar do 22º Congresso Brasileiro do Agronegócio, promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em São Paulo, que o agronegócio brasileiro ainda sofre com “travas” e restrições “ideológicas” que prejudicam a economia brasileira.
Tereza Cristina falou na abertura do evento, que também contou com a participação dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), além do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
“Ainda somos reféns do atraso. Muito desse atraso deve-se a inaceitáveis travas regulatórias que persistem devido à irracionalidade e a equívocos ideológicos”, afirmou Tereza Cristina.
“Quando estávamos no ministério, nós lutamos para destravar o setor e continuamos a fazer isso no Senado, onde precisamos aprovar o Licenciamento Ambiental e a modernização do registro de pesticidas, iniciativas combatidas por quem ainda não acredita na ciência”, prosseguiu a ex-ministra.
Tereza Cristina falou sobre o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE), que segue travado pelo protecionismo de alguns países europeus em relação ao setor agrícola.
“É claro que somos favoráveis ao acordo Mercosul-UE. Mas estamos todos acompanhando agora as novas exigências, algumas descabidas, que a Europa quer nos impor. E precisamos dar respostas à altura, se necessário invocando o princípio da reciprocidade”, disse a senadora.
Mercado de carbono
Em seu pronunciamento no congresso da Abag, a ex-ministra da Agricultura disse que o Brasil deve caminhar para “estabelecer um mercado de carbono no país”. “O agronegócio é capaz de liderar esse processo e mostrar a potência agroambiental que é o Brasil”, afirmou.
“Temos de mergulhar no tema do crédito de carbono. Precisamos trabalhar todos esses projetos que temos na Câmara e no Senado para fazer uma regulação. Vamos precisar muito da Embrapa”, continuou Tereza Cristina.
Mercado de carbono é o sistema de compensações de emissões de carbono ou equivalente de gás de efeito estufa. Essa compensação ocorre por meio da aquisição de créditos de carbono por empresas que não cumpriram suas metas de redução de gases de efeito estufa.
“Hoje, o agro segura o PIB e a balança comercial, além de irrigar o interior do país, notadamente o Centro-Oeste”, destacou a ex-ministra. “Continuaremos a avançar em tecnologia. A era 5G e a inteligência artificial estão aí, ao alcance do campo moderno.”
Tereza Cristina também chamou atenção para a necessidade de investimentos em infraestrutura. “Nós temos que trabalhar a infraestrutura com muito afinco e dedicação para que o crédito possa chegar aos produtores rurais”, concluiu.