“Tenho de esperar as investigações”, diz novo presidente da Americanas
Leonardo Coelho Pereira, presidente da Americanas, pediu “cautela” aos senadores e garantiu que a varejista agirá após as investigações
atualizado
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O novo diretor-presidente da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, pediu “cautela” aos senadores que integram a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que afirmaram que teria havido “fraude” na varejista e acusaram a empresa de auditoria PwC de supostamente participar de eventuais irregularidades.
Pereira foi nomeado ao cargo no dia 15 de fevereiro, quase um mês após a renúncia de Sérgio Rial, ex-presidente da varejista. Com apenas 10 dias no cargo, Rial renunciou no mesmo dia em que o rombo de R$ 20 bilhões da Americanas veio à tona.
Ao participar de uma audiência pública na comissão nesta terça-feira (28/3), Pereira disse que cabe a ele colaborar com as investigações e aguardar os resultados desse processo para tomar as medidas necessárias.
“Quando o comitê independente é instaurado para fazer as investigações, ele coloca profissionais investigando tudo aquilo que aconteceu. Eles precisam de um tempo para chegar às conclusões. Por mais que a leitura pareça indicar fraude, eles precisam terminar o trabalho”, afirmou o CEO da Americanas.
“Não quero aqui e não posso me colocar em posição de julgar. Tem gente fazendo isso. Tenho que esperar o resultado das investigações. Naquilo que se refere à investigação, o meu trabalho é entender o que virá, como resultado da investigação do comitê independente, e montar um plano para dar respostas”, prosseguiu Pereira.
“Vou tratar do que as investigações trouxerem. Não faço parte do comitê independente e nem devo fazer. O meu trabalho é garantir que tudo o que for identificado seja tratado e resolvido e não afete a capacidade da empresa de gerar valor.”
A varejista vem atravessando a maior crise de sua história desde que veio à tona o rombo contábil. A Americanas entrou em recuperação judicial e está mergulhada em dívidas de R$ 42,5 bilhões.
Senadores acusam PwC
O presidente da CAE, senador Otto Alencar (PSD-BA), e outros integrantes da comissão criticaram duramente a PwC, falaram em “fraude” e acusaram a empresa de auditoria de ter se envolvido em irregularidades.
Convidados, representantes da PwC não compareceram à audiência.
“Quero registrar essa negação de comparecer da empresa. Fazendo um juízo de valor, se a empresa auditava e se houve um rombo de R$ 48 bilhões, teve fraude e a empresa estaria envolvida na fraude”, acusou Alencar. “Essa empresa não merece a confiança de quem deseja ter uma auditoria independente correta no âmbito de suas empresas.”