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Tecnicamente, Brasil já conquistou grau de investimento, diz Haddad

De acordo com ministro da Fazenda, agências internacionais de risco já estão revendo nota de crédito do país

atualizado

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Diogo Zacarias/MF
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1 de 1 Imagem colorida do ministro da Fazenda, Fernando Haddad - Metrópoles - Foto: Diogo Zacarias/MF

Se considerados os modelos matemáticos, ou seja, os fatores técnicos, o Brasil já atingiu o grau de investimento, o maior nível de confiança atribuído a um país pelas agências internacionais de risco. A afirmação foi feita pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em conversa com Ana Paula Vescovi, economista-chefe do Santander Brasil, durante evento realizado pelo banco no início da noite desta terça-feira (27/8), em São Paulo.

 

Haddad, que estava em Brasília e participou de forma virtual, lembrou que o Brasil foi alvo de três aumentos de notas por parte de agências de risco, “inclusive sob protestos de alguns brasileiros”. “Ainda assim, cabe salientar que, apesar dos protestos, as agências estão começando um trabalho conosco para reavaliar positivamente essas notas”, disse o ministro. 

A seguir, observou Haddad: “Pouco gente sabe que, pelos modelos das agências, o Brasil já teria grau de investimento. Só não temos porque, além da avaliação objetiva dos modelos matemáticos, há uma avaliação subjetiva que, em geral, diminui a nota do Brasil. E essas notas já estão sendo revistas.”

Novo presidente do BC

No evento, o ministro também foi questionado sobre quando deve ser divulgado o nome do novo presidente do Banco Central (BC), que substituirá Roberto Campos Neto a partir de janeiro de 2025. Em relação a esse tema, Haddad afirmou que havia conversado no início do ano com Campos Neto a respeito do tema e ambos chegaram à conclusão de que o melhor momento para o anúncio seria entre o fim de agosto e o início de setembro. 

“Cumpri uma formalidade que me parece mais do que um gesto de educação”, disse Haddad. “Fui conversar com Roberto Campos sobre isso. Nós dois chegamos à conclusão, que foi levada ao presidente Lula, que agosto seria um bom mês. Isso para que houvesse um prazo de transição um pouco maior do que se o anúncio fosse feito muito perto da posse do novo presidente.” 

Ainda sobre a conversa com o atual presidente do BC, disse Haddad: “Fiz questão de ouvi-lo e, nesse diálogo, houve um endereçamento dessa questão, entre o fim de agosto e o começo de setembro”. O ministro acrescentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “está com essa informação fresca na cabeça” e o anúncio, portanto, deve ocorrer em breve. “Não posso dar a data, porque isso é atribuição do presidente, mas acredito que ele vai apreciar com generosidade a nossa recomendação”, afirmou Haddad.

Juros altos

No evento, o ministro admitiu que a taxa básica de juros, a Selic, deve permanecer no atual patamar, definido como “restritivo”, de 10,50% ao ano por algum tempo. Afirmou, contudo, que o governo vem criando condições para que ela recue, o que acredita que isso possa ocorrer com “um horizonte nível mais benéfico para a economia brasileira” no médio e longo prazo.

Questão fiscal

Sobre a questão fiscal, que trata das relações entre receitas e despesas da administração, o ministro da Fazenda disse que, “se tudo correr como previsto no Senado”, o governo vai cumprir a meta fiscal de 2024. De acordo com Haddad, a peça orçamentária para o próximo ano deve ser encaminhada ao Congresso nesta sexta-feira (30/8).

“Podemos entrar num ciclo de crescimento sustentável se continuarmos fazendo o que precisa ser feito, que é diminuir o estímulo fiscal que vem sendo dado desde 2015, com déficits elevados”, afirmou Haddad. “E substituir esse impulso fiscal por uma agenda de desenvolvimento, com taxas de juros moderadas, sustentabilidade fiscal e por um conjunto de reformas que estamos empreendendo para dar um horizonte de longo prazo para investidores, trabalhadores e cidadãos de uma maneira geral.”

O ministro lembrou ainda que o governo federal promoveu um bloqueio de R$ 15 milhões do Orçamento. “A depender da decisão do Congresso Nacional, podemos aliviar ou não esse montante, mas ele vai ficar ainda num patamar elevado”, disse Haddad. 

Revisão do crescimento

O ministro observou ainda no evento que alguns bancos estão revendo a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto de (PIB) de 2024, com projeções que já atingem 3%. De acordo com Haddad, a Fazenda também vai alterar para cima a atual previsão oficial, que está em 2,5%.

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