Tebet: com juros de 13,75%, Brasil precisará “de um Desenrola por ano”
Para Simone Tebet, ministra do Planejamento, “não adianta apresentar um programa eficiente se temos juros de 13,75%”
atualizado
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A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, criticou o patamar atual da taxa básica de juros (Selic), de 13,75% ao ano, em entrevista a jornalistas pouco antes de participar da última plenária pública do Plano Plurianual (PPA), em São Paulo, nesta sexta-feira (14/7).
Segundo Tebet, o Brasil “vai precisar de um Desenrola por ano” caso a taxa Selic permaneça em níveis elevados.
“Não adianta fazer o Desenrola para aliviarmos a vida das pessoas e apresentar um programa eficiente sob todos os aspectos se temos juros de 13,75%. O Brasil não comporta um Desenrola todos os anos”, disse Tebet.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. A Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que define a taxa de juros, acontece nos dias 1º e 2 de agosto. Há um consenso no mercado de que a Selic será reduzida – só não se sabe se em 0,25 ou em 0,5 ponto percentual.
Desenrola
O programa Desenrola, voltado para a renegociação de dívidas dos brasileiros, entrará em operação a partir de segunda-feira (17/7). Com o início das atividades, 1,5 milhão de pessoas que devem até R$ 100 sairão da lista de negativados. Além disso, cidadãos com renda de até R$ 20 mil poderão renegociar as pendências diretamente com as instituições financeiras.
A data para início das atividades foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (14). Neste primeiro momento, a autorização vale para a faixa 2 do programa, que engloba pessoas com renda mensal de até R$ 20 mil.
As renegociações valem para dívidas inscritas até 31 de dezembro de 2023 e que permanecem ativas. O prazo mínimo para pagamento das operações é de 12 meses.
As renegociações da faixa 2 poderão ser realizadas diretamente entre os clientes e as instituições financeiras em que os débitos existem. Em troca, o governo vai oferecer aos bancos incentivo regulatório para que aumentem a oferta de crédito.
Desconto para eletrodomésticos
Na entrevista, Tebet afirmou ainda que aguardará uma decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a possível criação de um programa de descontos para eletrodomésticos da chamada linha branca, que inclui itens como televisão, geladeira e máquina de lavar roupas.
“O que nos cabe é fazer a análise técnica. Vamos ser chamados e vamos avaliar. Se for uma determinação do presidente, vamos fazer”, afirmou a ministra do Planejamento.