Taxa trimestral de desemprego cai para menor nível desde 2012
Entre julho e setembro, indicador ficou em 6,4%, queda de 0,5 ponto percentual sobre o trimestre anterior. Redução ocorreu em sete estados
atualizado
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A taxa de desemprego no terceiro trimestre de 2024 caiu para 6,4%, numa redução de 0,5 ponto percentual (p.p.) frente ao trimestre anterior (6,9%). Esse é o menor valor para um terceiro trimestre desde o início da série histórica, em 2012. Comparada ao terceiro trimestre de 2023 (7,7%), houve queda de 1,3 p.p. O recuo ocorreu em sete das 27 unidades da Federação (UFs). As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (22/22) pelo IBGE.
As maiores taxas de desocupação foram verificadas em Pernambuco (10,5%), Bahia (9,7%) e Distrito Federal (8,8%), e as menores em Rondônia (2,1%), Mato Grosso (2,3%) e Santa Catarina (2,8%). Além das sete unidades da Federação com quedas, as outras 20 não mostraram variações estatisticamente significativas do indicador. Nessas regiões, os números permaneceram estáveis, portanto.
“A taxa de desocupação atingiu o segundo menor valor da série histórica, confirmando a tendência de queda. Essa redução pode ser atribuída à chegada do segundo semestre do ano, período em que as indústrias iniciam um ciclo de contratações voltado à produção e formação de estoques, para atender ao aumento do consumo no final do ano”, diz William Kratochwill, analista da pesquisa. “No último trimestre, a ocupação na indústria registrou um acréscimo de mais de 400 mil vagas.”
No terceiro trimestre de 2024, em todas as faixas de tempo de procura por trabalho, a população desocupada recuou acima dos 10%. O grupo dos que buscavam trabalho por menos de um mês teve redução de 17,6%, o dos que procuravam trabalho de um mês a menos de um ano diminuiu 12,1%. Além disso, o contingente dos que buscavam trabalho entre um ano e menos de dois anos recuou 19,1%. A faixa com maior tempo de procura (dois anos ou mais) teve a maior redução percentual: 20,4%.
O número de pessoas que procurava trabalho por dois anos ou mais recuou para 1,5 milhão, o menor valor para um terceiro trimestre desde 2014. “Esse aquecimento da economia, refletido na redução da taxa de desocupação, influencia diretamente na diminuição do tempo de busca por trabalho”, afirma Kratochwill.
Informalidade
A taxa de informalidade para o Brasil foi de 38,8% da população ocupada. Os maiores números ficaram com Pará (56,9%), Maranhão (55,6%) e Piauí (54,5%). Os menores foram verificados em Santa Catarina (26,8%), Distrito Federal (30,2%) e São Paulo (30,6%).
A taxa de informalidade da população ocupada é calculada considerando-se os empregados no setor privado e os empregados domésticos sem carteira de trabalho assinada, além dos empregadores e trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e dos trabalhadores familiares auxiliares.
Rendimento estável
No terceiro trimestre de 2024, frente ao trimestre anterior, o rendimento médio real da população ocupada mostrou-se estável em todas as regiões. Já em relação ao mesmo trimestre de 2023, o rendimento médio cresceu no Nordeste (R$ 2.216), Sudeste (R$ 3.656) e Sul (R$ 3.577), com estabilidade no Norte (R$ 2.482) e Centro-Oeste (R$ 3.683).
Estimada em R$ 327,7 milhões, a massa de rendimento médio real de todos os trabalhos do país ficou estável frente ao trimestre anterior (R$ 325,2 milhões) e teve crescimento quando comparada ao terceiro trimestre de 2023 (R$ 305,8 milhões).
Em relação ao segundo trimestre de 2024, a massa de rendimento cresceu somente no Sul, com as demais regiões apresentando estabilidade. Entre as cinco grandes regiões do país, o Sudeste tinha a maior massa de rendimento real (R$ 167,3 milhões) no terceiro trimestre de 2024.
Taxa pior entre as mulheres
A taxa de desemprego por sexo ficou em 5,3% para os homens e 7,7% para as mulheres no terceiro trimestre de 2024. A desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional para os brancos (5%) e acima para os pretos (7,6%) e pardos (7,3%).
Escolaridade
A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (10,8%) foi maior do que a dos demais níveis de instrução. Para as pessoas com nível superior incompleto, ela foi de 7,2%, mais do que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,2%).