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Talco para bebês: J&J aceita pagar R$ 45 bi para encerrar processos

Johnson & Johnson se propôs a indenizar consumidores que processaram a empresa alegando que o uso do talco para bebês poderia causar câncer

atualizado

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1 de 1 In this photo illustration, a person uses Johnson & Johnson - Foto: Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

A Johnson & Johnson concordou em pagar US$ 8,9 bilhões (cerca de R$ 45 bilhões) a consumidores que processaram a empresa alegando que o uso do talco para bebês poderia causar câncer e que alguns outros produtos continham amianto.

O imbróglio judicial se arrasta há mais de uma década. Ao todo, as ações envolvem cerca de 60 mil consumidores, representados por mais de 10 escritórios de advocacia. A Johnson & Johnson já retirou do mercado seus produtos em pó à base de talco.

“O acordo é um testemunho para as dezenas de milhares de mulheres que lutaram tanto contra o câncer quanto contra o sistema judiciário para obter justiça para si mesmas”, afirmou Alicia O’Neill, da Watts Guerra, um dos escritórios que representam os consumidores, ao jornal Financial Times.

Apesar de ter aceitado o acordo, a companhia segue contestando a versão dos consumidores e afirma que as acusações não têm “base científica”.

Ao longo dos anos, diversos júris decidiram contra a empresa em uma série de processos, entre os quais um que chegou à Suprema Corte dos Estados Unidos. Em 2019, a J&J foi condenada a pagar US$ 4,7 bilhões de indenização a 22 mulheres que foram à Justiça contra a empresa por causa do talco.

Em 2021, a J&J se dividiu em duas empresas, de modo que todas as dívidas relacionadas aos processos ficassem concentradas em uma subsidiária, a LTL. A estratégia desta empresa foi entrar com um pedido de recuperação judicial, suspendendo todas as ações. A companhia criou um fundo de US$ 2 bilhões para indenizar as vítimas.

De acordo com a J&J, o novo plano proposto pela LTL prevê pagamento das indenizações em 25 anos. Se um número suficiente de vítimas aderir ao acordo, a J&J pode ficar liberada das acusações.

“Resolver esse assunto por meio do plano de reorganização proposto é mais equitativo, mais eficiente e permite que os reclamantes sejam compensados em tempo hábil e que a empresa permaneça focada em nosso compromisso de impactar profunda e positivamente a saúde da humanidade”, disse o vice-presidente mundial de litígios da J&J, Erik Haas, à Bloomberg.

 

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