Suspeita de “vaca louca” no Brasil afeta ações de frigoríficos
O Ministério da Agricultura investiga um caso suspeito de “vaca louca” no Pará; ações da JBS, BRF e Minerva caem até 7% na Bolsa de Valores
atualizado
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Um caso suspeito da doença da “vaca louca” no Brasil está afetando as ações de frigoríficos na Bolsa de Valores. Na última segunda-feira (20/2), o governo anunciou que foi notificado pela Vigilância Sanitária do Pará obre um caso suspeito em um animal de 7 anos em uma fazenda no estado.
Ainda de acordo com o Ministério da Agricultura, o animal foi abatido e a fazenda está isolada. O primeiro teste, realizado por um laboratório brasileiro, teria confirmado a contaminação pela doença. A amostra foi enviada para o Canadá para a realização de uma contraprova.
Se confirmado o caso de “vaca louca”, a China deve interromper a importação de carne do Brasil. A interrupção do comércio está previsto em um acordo sanitário assinado pelos dois países. A China é responsável por cerca de 60% da exportação de carne brasileira.
Não há previsão de quanto tempo o embargo comercial duraria. Em 2019, quando um caso atípico foi registrado no Mato Grosso, a interrupção das exportações durou duas semanas.
Em 2021, quando dois casos foram registrados (um em Mato Grosso e outro em Minas Gerais), foi diferente. Na ocasião, a China ficou de portas fechadas para a carne brasileira por quase três meses, o que causou uma série de prejuízos aos criadores e frigoríficos locais.
Ações de frigoríficos
O risco de esse cenário se repetir causou uma queda nas ações de empresas brasileiras que exportam proteína animal. Pesa, ainda, a ocorrência de casos de gripe aviária na Argentina e no Uruguai, perto da fronteira brasileira, o que pode ser um risco para a indústria de aves local.
No meio da tarde desta quarta-feira (22/2), as ações da Minerva caíam 7,3%. A China representa cerca de 40% das exportações do frigorífico, atualmente.
A BRF, cuja exportação maior é de suínos e aves, não saiu ilesa. A empresa, dona das marcas Sadia e Perdigão, recua 6,4% na Bolsa.
Já a JBS, que tem quase metade da receita gerada nos Estados Unidos, é menos afetada pelo problema. Caso a China feche as portas para o Brasil, as fábricas dos Estados Unidos ainda devem garantir boa parte do faturamento. As ações da companhia caem cerca de 3%.