Subway pede recuperação judicial com R$ 482 milhões em dívidas
Como mostrou o Metrópoles, credores da controladora da Starbucks questionavam duramente ausência de Subway em recuperação judicial
atualizado
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Com R$ 482,7 milhões em dívidas, a rede de lanchonetes Subway pediu recuperação judicial à Justiça de São Paulo na última segunda-feira (13/3). A empresa pertence ao Grupo SouthRock, também em recuperação judicial, controlador de diversas outras marcas no Brasil, como a Starbucks.
Como antecipou o Metrópoles, credores vinham questionando duramente a não inclusão do Subway na recuperação judicial da SouthRock. Um laudo de perícia nomeada pela Justiça evidenciou uma grande “confusão patrimonial” e transferências milionárias que fazia a rede de lanchonetes mergulhar na crise de sua controladora.
Em seu pedido à Justiça, a Subway afirmou que vinha tentando se reestruturar, mas um grupo de credores que estaria disposto a resolver suas dívidas sem a necessidade de cobrá-las na Justiça começou a ajuizar ações de bloqueio contra a empresa.
“A repentina alteração da conduta de tais credores não apenas tornou remota a reestruturação organizada do passivo das requerentes, como também ensejou a rescisão do forbearance agreement pela proprietária da marca norte-americana Subway”, diz a defesa da Subway.
O forberance agreement (acordo de tolerância, em português) é o termo que permite à SouthRock a operação como franqueadora do Subway no Brasil.
“Não restou alternativa senão a distribuição do presente pedido de recuperação judicial das demais sociedades integrantes do Grupo SouthRock, não apenas para proteger o seu interesse privado, mas também, e principalmente, para garantir a continuidade de sua atividade empresarial e, por conseguinte, manter os postos de trabalho, produção de bens, geração de riquezas e recolhimento de tributos”, diz a defesa da Subway.
“Confusão patrimonial”
A recuperação judicial da SouthRock, em outro processo, chega a R$ 1,8 bilhão em dívidas. Credores haviam questionado duramente a exclusão da Subway do pedido de recuperação. A suspeita sobre a dependência entre as empresas foi confirmada pela perícia nomeada pelo juiz.
A perícia identificou pelo menos R$ 340 milhões em transações financeiras em operações de “mútuo intercompany”, termo usado para classificar o financiamento de empresas por suas controladoras e sócias.
A partir do acesso a essas transações, a perícia constatou que há “ampla dependência econômica entre os diferentes núcleos de negócio explorados pelo Grupo SouthRock, com transações entre partes relacionadas que substancialmente configuram a confusão patrimonial entre as empresas do grupo”.
A afirmação diz respeito tanto à Subway quanto à Eataly, que havia pedido para ser retirada do processo. Com a decisão que acolheu o relatório, essas duas empresas terão de ser incluídas na ação judicial.
A SouthRock foi fundada em 2015 e atua no segmento de alimentos e bebidas. Especializou-se em redes de restaurantes em aeroportos. Ela perdeu recentemente o direito de explorar a marca Starbucks no Brasil. Em seu pedido de recuperação, afirma que a pandemia de Covid foi um dos fatores determinantes para a sua crise.
A SouthRock afirmou que “deu início ao processo de Recuperação Judicial do grupo de CNPJs que até recentemente era responsável pela gestão das franquias Subway no Brasil, devido a, entre outras circunstâncias, o cancelamento da sua licença de operação“.
“Cabe esclarecer, ainda, que sua atividade enquanto gestora das franquias não se confunde com aquela exercida pelos franqueados da marca e operadores das lojas, não abrangidos pelo processo”, afirma a empresa.