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S&P diminui nota de crédito de mais cinco bancos regionais dos EUA

No início de agosto, a Moody’s, outra das principais agências de risco do mundo, já havia baixado o rating de bancos regionais americanos

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1 de 1 Imagem de um aparelho celular sendo segurado. Na tela, o logotipo da S&P Global, em letras vermelhas - Metrópoles - Foto: Budrul Chukrut/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

A S&P Global Ratings, uma das três maiores agências de classificação de risco do mundo, reduziu, na segunda-feira (21/8), a nota de crédito de cinco bancos regionais dos Estados Unidos e indicou uma perspectiva negativa para vários outros.

Foram rebaixados os bancos KeyCorp, Comerica Inc., Valley National Bancorp, UMB Financial e Associated Banc-Corp. De acordo com a S&P, o ambiente de crédito no país está “apertado”.

No início de agosto, a Moody’s, outra das principais agências de risco do planeta, já havia baixado o rating de bancos regionais americanos e revisado as avaliações de outras seis instituições financeiras.

As decisões da S&P e da Moody’s indicam que as agências têm dúvidas quanto à possível vulnerabilidade do setor bancário do país, especialmente no que diz respeito aos bancos regionais. No início de 2023, houve a quebra de alguns bancos de médio porte, como o Silicon Valley Bank (SVB), o First Republican Bank e o Signature Bank.

As agências de risco são confiáveis?

As agências de classificação de risco são empresas privadas que avaliam a saúde financeira de países e empresas. Entre os critérios avaliados para aumentar ou diminuir a nota de crédito de países ou empresas, estão indicadores macroeconômicos, como taxa de juros, inflação, câmbio e o Produto Interno Bruto (PIB). Também são considerados o ambiente político, o grau de estabilidade institucional e as projeções para a economia.

Especialistas ouvidos pela reportagem do Metrópoles lembram que as agências de classificação de risco enfrentaram uma onda de descrédito durante a crise do “subprime”, em 2008, nos Estados Unidos. Na época, houve a concessão de uma série de empréstimos hipotecários de alto risco – para financiamento imobiliário – pelos bancos. Muitas instituições financeiras foram levadas à insolvência, o que derrubou as principais bolsas de valores. O auge da crise foi a quebra do Lehman Brothers, um dos mais antigos bancos de investimento do mundo.

“Em 2008, de fato, as principais agências de risco praticamente ignoraram o apelo de alguns agentes do mercado de rever a nota de crédito de alguns ativos ligados a empréstimos imobiliários nos Estados Unidos”, afirma André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online. “No entanto, de modo geral, apesar desse problema grave, o mercado precificou isso e, atualmente, mudanças das notas do rating soberano de países são bem recebidas pelos agentes econômicos. Passados 15 anos daquele episódio, as informações dessas agências são levadas em consideração e recebidas como algo crível.”

Avaliação semelhante é feita por Rodrigo Antunes, sócio na WIT Invest. “Essa é uma discussão bem sensível. Partimos do pressuposto de que as agências fazem seus estudos de forma ética, com a maior isenção possível”, diz. “Em 2008, o ‘subprime’ passou despercebido por todas elas. Mas é o que temos à disposição. Não quero crer que haja um viés no trabalho dessas agências, que estão aí há bastante tempo abastecendo o mercado com dados.”

Episódios como a falência do First Republican e de outros bancos regionais americanos são mais difíceis de ser previstos porque uma parte do problema veio de uma decisão tomada depois do início do ciclo de aperto monetário, de antecipar o recebimento de ativos com vencimentos para prazos mais longos. Portanto, os bancos não estariam, em tese, tão expostos a riscos. Estavam relativamente, ou aparentemente, sólidos”, pondera Galhardo.

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