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Sócio da 123 Milhas diz à CPI que Decolar queria comprar a empresa

Ramiro Júlio Soares Madureira, sócio da 123 Milhas, rebateu as acusações do CEO da Despegar (dona da Decolar no Brasil), Damián Scokin

atualizado

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1 de 1 Imagem do logotipo da 123 Milhas, com letras e números coloridos e um fundo branco - Metrópoles - Foto: Divulgação/123 Milhas

Em depoimento à CPI das Pirâmides Financeiras, nesta quarta-feira (6/9), na Câmara dos Deputados, o empresário Ramiro Júlio Soares Madureira, um dos sócios da 123 Milhas, afirmou que a companhia quase foi vendida para a Decolar, uma de suas concorrentes no mercado.

As declarações de Ramiro foram uma resposta à entrevista concedida pelo CEO da Despegar (dona da Decolar no Brasil), Damián Scokin, ao site Brazil Journal, na qual o executivo disse que a 123 Milhas era uma pirâmide financeira.

Chama-se de pirâmide financeira um esquema irregular e insustentável que gera dinheiro por meio da adesão desenfreada de novos participantes. Pode haver ou não a venda de produtos ou serviços.

“Só queria falar para o presidente dessa empresa (Decolar) que, algumas semanas atrás, ele não parava de ligar para tentar fazer algum tipo de aquisição com a 123. Isso está tudo documentado”, afirmou Ramiro aos parlamentares.

Em entrevista ao site, Scokin se disse surpreso com o fato de as autoridades do Brasil “tolerarem” o negócio da 123 Milhas relacionado a pacotes promocionais.

“Fico realmente surpreso como o mercado brasileiro tolerou isso por tantos anos. A Decolar foi severamente prejudicada. Um cara que vendia coisas que não ia entregar, podia gastar uma grana com marketing, por exemplo. Você vai em Guarulhos e o aeroporto está lotado de propagandas deles. Se você vende coisas que não vai entregar, é muito fácil fazer isso”, afirmou Scokin.

Em seu depoimento à CPI, o sócio da 123 Milhas afirmou que a agência on-line de viagens não é e nunca foi uma pirâmide financeira.

Além de Ramiro, a comissão também deve ouvir seu irmão, Augusto Júlio Soares Madureira, também sócio da empresa. Estão previstos, ainda, depoimentos de membros da diretoria.
Essa é a terceira vez que a CPI das Pirâmides Financeiras tenta ouvir os sócios da 123 Milhas. Nas duas primeiras, eles alegaram outros compromissos e não compareceram, o que levou a comissão a pedir condução coercitiva.

Fundada em 2017, em Belo Horizonte, a 123 Milhas faz a intermediação de compra e venda de milhas aéreas para os clientes. A empresa compra milhas acumuladas que não são usadas pelos clientes dos programas de milhagem das companhias aéreas e as utilizam para emitir passagens, vendendo pacotes ao consumidor final a preços competitivos.

Pelo site da companhia, é possível adquirir passagens de avião e ônibus, pacotes de viagens, diárias em hotéis e aluguel de carros. Em seu e-commerce, a 123 Milhas vende trechos de passagens aéreas que podem ser até 50% mais baratas do que os valores de tabela das companhias.

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