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Sob pressão, Copom inicia 4ª reunião do ano para definir taxa de juros

Pressão sobre a autoridade monetária se intensificou nos últimos dias, com declarações de Lula e Fernando Haddad cobrando a queda dos juros

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Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comparece a audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado Federal
1 de 1 Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comparece a audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado Federal - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia nesta terça-feira (20/6) sua quarta reunião deste ano para definir a taxa básica de juros (Selic) da economia brasileira, atualmente em 13,75% ao ano.

A pressão sobre a autoridade monetária se intensificou nas últimas semanas, com o endurecimento do discurso de integrantes do governo federal, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defensores da queda dos juros no país.

Na segunda-feira (19/6), Haddad disse que a taxa Selic deveria ter começado a cair em março. Em live nas redes sociais, Lula voltou a cobrar o presidente do BC, Roberto Campos Neto, sobre o corte da Selic, e afirmou que a autoridade monetária devia se explicar “ao povo brasileiro”.

Embora a taxa básica de juros tenha parado de subir em agosto do ano passado, ela se mantém no patamar mais alto desde novembro de 2016. Para o governo, não há mais razões para a Selic seguir em 13,75% ao ano, desaquecendo a economia, em um cenário de queda da inflação no Brasil.

Antes de os juros chegarem a 13,75% ao ano, o Copom havia elevado a Selic 12 vezes seguidas, em um ciclo que teve início em março de 2021, em meio à alta nos preços de alimentos, energia e combustíveis.

A maioria dos analistas aposta na manutenção da Selic no patamar atual, mas projeta o início da queda dos juros a partir de agosto ou setembro.

Juros e inflação

A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. A Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.

Quando o Copom aumenta os juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que se reflete nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Assim, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica.

Ao reduzir a Selic, a tendência é a de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

De acordo com a última edição do Relatório Focus, do BC,  divulgado nesta semana, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deve terminar este ano em 5,12% – a projeção da semana passada era de 5,42%. Foi a quinta redução consecutiva.

Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3,25%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%.

Reunião do Copom

O Copom se reúne a cada 45 dias. No primeiro dia de reuniões, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas da economia no Brasil e no mundo, além do comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do comitê definem a taxa Selic.

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