Shell Brasil produzirá etanol com planta usada para fazer tequila
Shell Brasil planeja investir R$ 100 milhões e produzir etanol a partir do agave, usado para fazer bebida alcoólica mexicana
atualizado
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A Shell Brasil, gigante do setor de energia, fechou acordo de parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para produzir etanol no país a partir da planta utilizada como matéria-prima para fazer tequila, bebida alcoólica popular no México.
A ideia da companhia petrolífera é investir R$ 100 milhões na construção de unidades industriais que receberão insumos das plantações de agave do Nordeste brasileiro.
Trata-se da segunda fase do Programa Brave (desenvolvimento de agave no Brasil, da sigla em inglês), que também tem como objetivo fomentar o cultivo em larga escala da planta da família das suculentas no sertão nordestino. Além do etanol, é possível processar o agave para produzir biomassa, biogás, além de outros produtos.
De acordo com comunicado divulgado na semana passada pela companhia petrolífera, serão construídas plantas-piloto para validar o escalonamento dos processos dentro do Senai Cimatec, em Salvador (BA).
O Senai Cimatec se soma à parceria já firmada, desde novembro de 2022, entre a Shell e a Unicamp para o desenvolvimento de soluções biológicas para o aumento da produtividade do Programa Brave.
A assinatura do acordo ocorreu em Conceição do Coité, município baiano produtor de sisal, fibra natural produzida a partir da planta do agave.
“A nova etapa do Programa Brave prevê o desenvolvimento de tecnologias de mecanização para o plantio e a colheita e de processamento de diferentes espécies de agave. Ambas as frentes de atuação vão correr simultaneamente, ao longo de cinco anos”, informou a Shell Brasil em seu comunicado.
Planos da companhia
A multinacional prevê investimentos da ordem de R$ 100 milhões. O Programa Brave recebe financiamento da Shell Brasil a partir de recursos da cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Na primeira fase de pesquisas de desenvolvimento, a Shell fez parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e contou também com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).