Seremos “pacientes”, diz presidente do Fed sobre alta de juros nos EUA
O Fed, banco central americano, voltou a subir em 0,25 p.p. a taxa de juros do país. Comunicado deixou porta aberta para novos aumentos
atualizado
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O presidente do banco central americano (Fed), Jerome Powell, disse nesta quarta-feira (26/7) que o comitê de política monetária será “paciente” e observará os dados econômicos até bater o martelo sobre um eventual fim do ciclo de alta de juros.
Após uma pausa na reunião anterior, o Fed voltou a aumentar em 0,25 ponto percentual (p.p.) a taxa básica de juros da economia americana, segundo anúncio feito nesta tarde.
Com a mudança, os juros básicos subiram para um intervalo entre 5,25% a 5,5% ao ano, a maior taxa em 22 anos. A dúvida, a partir de agora, é se a autoridade monetária promoverá novos aumentos até o fim do ano, ou se já encerrou o ciclo de altas.
“Nós percorremos um longo caminho. Estamos determinados a retornar a inflação para a meta de 2% ao longo do tempo”, disse Powell em entrevista coletiva após a decisão do comitê de política monetária nesta tarde.
“A inflação se provou, repetidamente, mais forte do que nossas projeções esperavam. Em algum momento, isso pode mudar. Temos de estar prontos para seguir os dados”, afirmou.
Seguindo o tom que os membros do comitê já haviam usado no comunicado sobre a decisão, Powell reforçou que, apesar dos dados melhores de inflação em junho, uma decisão sobre o fim do ciclo de alta de juros ainda está em aberto.
“Dado o quão longe viemos, podemos nos dar ao luxo de ser um pouco pacientes, assim como firmes, à medida em que acompanhamos isso se desdobrar”, disse.
Em comunicado após a decisão, o comitê pontuou que a taxa de desemprego nos EUA segue baixa e com atividade econômica crescendo, o que pode ser um risco para a queda na inflação de volta à meta. A inflação americana caiu em junho para 3% no acumulado em 12 meses, desacelerando frente aos picos de 2022, mas ainda fora da meta de 2%.