“Seja técnico e saiba dizer não”, recomenda Campos Neto a sucessor
Em breve balanço sobe mandato à frente do BC, ele disse que, se pudesse, trataria problemas que atingem funcionários do órgão de outra forma
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, recomendou, nesta quinta-feira (6/6), que seu sucessor “seja técnico e saiba dizer não”. A afirmação foi feita em evento realizado em São Paulo pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).
Na ocasião, Campos Neto foi questionado pelo CEO da Bolsa brasileira (B3), Gilson Finkelsztain, sobre qual conselho daria ao próximo presidente do BC, uma vez que deixará o cargo no fim deste ano. Ele também citou um terceiro ponto, que considera que seu substituto deve ter em mente: “Crescimento sustentável precisa ter inclusão”.
Finkelsztain também perguntou quais aprendizados Campos Neto acumulou no cargo e, se pudesse, o que faria diferente. Sobre o primeiro ponto, o presidente do BC citou a importância do planejamento. Ele lembrou que, no discurso de posse, havia enumerado uma série de ações que seriam realizadas pelo BC, como o caso do lançamento do Pix.
Ele acrescentou que, “ao longo do tempo”, em meio à criação de inovações, descobriu que alguns “caminhos que imaginava não eram os mais eficientes”. “Aí, vai ajustando, mas o planejamento foi muito importante”, disse.
O que faria diferente
A respeito do que faria diferente, Campos Neto afirmou que o problema que teve maior dificuldade para resolver foi “manter os funcionários engajados, uma forma justa de remuneração, uma melhor distribuição de trabalho”. “Olhando para trás, foi uma coisa que eu deveria ter prestado atenção no começo” disse.
Ele observou que essas questões poderão ser endereçadas com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 65, que trata da autonomia financeira do Banco Central.