Resultado da Caixa em 2023 ocupa posição mediana entre bancos
No primeiro trimestre deste ano, enquanto o lucro de Itaú e BTG cresceram, o da Caixa caiu menos que o do Bradesco e o do Santander
atualizado
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Sob o ponto de vista da evolução do lucro, o desempenho da Caixa Econômica Federal no primeiro trimestre de 2023, anunciado nesta quinta-feira (12/5), ocupa uma posição intermediária entre os grandes bancos nacionais. Nos primeiros três meses deste ano, a Caixa lucrou R$ 1,934 bilhão. O número representa uma queda de 23,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
No caso do Itaú Unibanco, o lucro registrou alta de 14,6% sobre o mesmo período, com R$ 8,435 bilhões. Nesse mesmo quesito, o BTG Pactual avançou 10% em relação a 2022, ao registrar ganhos de R$ 2,263 bilhões no primeiro trimestre de 2023.
A Caixa, porém, leva vantagem sobre o Bradesco, que registrou queda de 37,3% no lucro na comparação anual, com R$ 4,3 bilhões, no primeiro trimestre de 2023. O Santander, que reportou lucro líquido de R$ 2,14 bilhões nos primeiros três meses deste ano, teve queda de 46,6% ante 2022.
Na avaliação do analista Hugo Queiroz, sócio da consultoria financeira L4Capital, entre os pontos positivos do último balanço da Caixa, está o crescimento da atividade de crédito. A carteira expandiu 14,2% no primeiro trimestre de 2023. “No sistema bancário em geral, ela avançou algo próximo de 10%, o que indica que a Caixa ganhou participação de mercado”, diz. “Esse avanço foi puxado por linhas conservadoras, como a habitacional e a do agronegócio.”
Retorno
Queiroz observa que, entre os indicadores que comprometeram o lucro, está o retorno sobre o investimento. Ele caiu de 11%, no fim de 2022, para 7%, no início de 2023. “Foi prejudicado pelo aumento do provisionamento de recursos contra eventuais problemas com inadimplentes”, diz o analista. Essa reserva passou de cerca de R$ 40 bilhões para R$ 48 bilhões nos dois últimos trimestres, desde o fim de 2022 e o início de 2023.
Queiroz observa que o retorno da Caixa é, em geral, menor do que a dos bancos privados. “Isso porque ela é mais exposta em modalidades de crédito como o imobiliário, que tem um ganho menor”, diz. “Mas, no geral, o balanço do primeiro trimestre deste ano mostrou um banco saudável, que deve ter um incremento de rentabilidade, assim que a dinâmica da economia do país melhorar.”