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Real desvalorizou mais que o peso argentino no primeiro semestre

Entre 12 países emergentes, moeda brasileira foi a que mais caiu. Para economista, queda está associada a problemas internos

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1 de 1 Imagem colorida de uma moeda de 1 real sobre uma bandeira do Brasil - Metrópoles - Foto: Getty Images

Entre doze economias emergentes, o real foi a moeda que apresentou a maior desvalorização no primeiro semestre de 2024. Nesse período, ela registrou queda de 15%, ante um recuo médio de 4,4% anotado nos demais países que fazem parte do bloco  – que inclui, por exemplo, Argentina, Turquia, México e China. 

A análise foi feita pelo economista Márcio Holland, professor na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EESP) e ex-secretário de Política Econômica no Ministério da Fazenda (2011-2014). 

De acordo Holland, se o real acompanhasse a média da desvalorização das demais moedas emergentes, sua cotação, no último dia do primeiro semestre, deveria estar em torno de R$ 5,13 por dólar. Ele, contudo, fechou no dia 28 de junho a R$ 5,59.

Por isso, o economista atribui dois terços da desvalorização da moeda brasileira a fatores domésticos. “Eles incluem a questão fiscal [que trata da relação entre receitas e despesas do governo], que se deteriora muito rapidamente, e os discursos do presidente da República contra a política monetária, executada pelo Banco Central (BC)”, diz Holland.

Questões domésticas

Em relação ao primeiro ponto, o governo anunciou em abril um afrouxamento da meta fiscal para os anos de 2025 e 2026. No caso do BC, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu o tom das críticas – que já eram recorrentes – ao atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, e ao mercado em geral.

Holland observa que, no cenário internacional, o fator preponderante de incertezas é a manutenção dos juros em alto patamar nos Estados Unidos. Hoje, eles estão fixados no intervalo entre 5,25% e 5,50%, o maior patamar desde 2001. “Isso vem provocando desvalorizações das moedas mundo afora”, diz. 

Pior que o peso argentino

O professor da FGV ressalta que o desempenho da moeda brasileira perdeu para o peso argentino. “E a Argentina experimenta uma forte recessão econômica, com o PIB recuando 5,1% no primeiro trimestre, e 2,6% no último trimestre do ano passado”, afirma. “Mesmo assim, o peso argentino desvalorizou 11,08%. Ou seja, menos do que o real. Vale lembrar que o Brasil está crescendo 2,5% no acumulado dos últimos quatro trimestres e avançou 2,9%, em 2023.”

Entre as moedas estrangeiras analisadas por Holland, o rublo russo teve o melhor desempenho no primeiro trimestre, com valorização de 5,1%. A seguir, veio o rand, da África do Sul, que avançou 0,58%. Entre os destaques do campo negativo, além do real e do peso argentino, ficaram o peso mexicano com desvalorização de 7,99% e a lira turca com queda de 11,03%.

 

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