Quem são as escolhidas para comandar Caixa e Banco do Brasil
Rita Serrano teve papel importante na fiscalização de denúncias de assédio na Caixa; Tarciana Medeiros será primeira mulher a comandar o BB
atualizado
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A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil serão comandadas por duas mulheres a partir de 2023. Nesta sexta-feira (30/12), foram confirmados os nomes de Rita Serrano para a presidência da Caixa e Tarciana Medeiros para o BB.
Natural de Santo André (SP) e funcionária da Caixa desde 1989, Rita Serrano exerceu diversas funções no banco e, desde 2014, é conselheira eleita pelos empregados no Conselho de Administração. Ela também coordena o comitê nacional em defesa das empresas públicas.
Serrano chegou ao Conselho de Administração no cargo de suplente e foi eleita titular em 2017. Na última eleição, em 2020, foi reeleita com mais de 90% dos votos.
A futura presidente da Caixa é graduada em Estudos Sociais e História, com mestrado em Administração pela Universidade de São Caetano do Sul.
Como conselheira na Caixa, Serrano exerceu um importante papel na fiscalização das denúncias de assédio sexual envolvendo o ex-presidente do banco Pedro Guimarães, reveladas pelo Metrópoles em junho. Ela exigiu a contratação de uma empresa externa de auditoria para apurar o caso.
Primeira mulher no comando do Banco do Brasil
Tarciana Medeiros, de 44 anos, é gerente executiva na área de Clientes e Soluções para Pessoas Físicas do Banco do Brasil desde 2019. Ela trabalha no banco há mais de 20 anos, desde 2000, e será a primeira mulher a ocupar o posto em 214 anos de história do BB.
Tarciana é bacharel em Administração de Empresas e pós-graduada em Administração, Negócios e Marketing e em Liderança, Inovação e Gestão.
Tarciana assumiu o primeiro cargo de gestão no banco em 2002. Desde o ano passado, ela é executiva na Diretoria de Clientes PF e MPE e na Gerência Executiva de Ciclos de Relacionamento com Clientes, na qual é responsável pelo B-Commerce da instituição.
Durante uma década, exerceu diversas funções no banco, em agências e superintendências nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Ela foi responsável por desenvolver estratégias para distribuição de produtos ligados aos mercados de pessoas físicas e agronegócios.
Entre 2013 e 2018, Tarciana esteve à frente da Superintendência Comercial da BB Seguros. Em 2018, assumiu como executiva na Diretoria de Empréstimos e Financiamentos. Ela também atuou na implementação de ações de assistência aos clientes para prorrogação de operações de crédito durante a pandemia da Covid-19
Segundo Haddad, o primeiro projeto sobre o qual as futuras presidentes da Caixa e do BB vão se debruçar é o Desenrolar, que mira a quitação de dívidas em geral. Na primeira etapa, a proposta prevê ações voltadas às famílias que recebem até três salários mínimos (renda de R$ 3.636).
Tebet queria bancos públicos, mas não levou
As escolhas para Caixa e BB tiveram grande participação da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que não foi para o ministério de Lula e acabou contemplada com um grande poder de influência sobre os bancos públicos no próximo governo. Foi Gleisi quem convenceu Lula a escolher mulheres para dirigir a Caixa e o BB.
A senadora Kátia Abreu (PP-TO) chegou a pleitear a presidência do BB, mas as negociações não prosperaram. A futura ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB-MS), havia pedido a Lula que Caixa e BB ficassem sob sua alçada na pasta, mas o presidente eleito rechaçou essa possibilidade de imediato. Os bancos públicos estarão sob o guarda-chuva de Haddad na Fazenda.