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Quem é a BYD, montadora chinesa que abrirá fábrica na Bahia

Companhia chinesa chegou ao Brasil em 2015 e anunciou nesta terça-feira nova fábrica na Bahia. Plano é usar complexo da Ford em Camaçari

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Foto: Divulgação
Imagem de carro vermelho da montadora chinesa A China assumiu a vice-liderança do ranking de exportadores de automóveis para o Brasil, alcançando uma participação de 13,6% no período entre janeiro e agosto deste ano. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o gigante asiático ultrapassou México (10%) e Alemanha (8,8%) na lista dos principais exportadores do setor para o Brasil. A Argentina continua na liderança, com 43,5%. Nos oito primeiros meses de 2023, a importação de veículos da China totalizou US$ 440,2 milhões – superando em mais de quatro vezes os US$ 90,3 milhões registrados no mesmo período do ano passado. Em todo o ano de 2022, as exportações de automóveis da China para o Brasil somaram US$ 186,6 milhões. Até o ano passado, montadoras chinesas como BYD e Great Wall não vendiam para o país, mas o cenário mudou. Em julho, a BYD anunciou que abrirá um polo de produção de veículos elétricos na Bahia. O investimento prometido é de R$ 3 bilhões em três unidades no local, com plano de usar o antigo complexo da Ford em Camaçari (BA). A empreitada na Bahia não é a primeira da BYD no Brasil, mas essa será a primeira fábrica da chinesa no país a produzir veículos elétricos. Tendo chegado ao Brasil em 2015, a BYD possui fábricas em Campinas (SP) e Manaus (AM), com foco em baterias e componentes de ônibus. Apesar do avanço nos últimos meses, a participação das montadoras chinesas no mercado brasileiro ainda é pequena. No primeiro semestre de 2023, ela correspondia a apenas 1,6% das vendas de automóveis no país.
1 de 1 Imagem de carro vermelho da montadora chinesa A China assumiu a vice-liderança do ranking de exportadores de automóveis para o Brasil, alcançando uma participação de 13,6% no período entre janeiro e agosto deste ano. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o gigante asiático ultrapassou México (10%) e Alemanha (8,8%) na lista dos principais exportadores do setor para o Brasil. A Argentina continua na liderança, com 43,5%. Nos oito primeiros meses de 2023, a importação de veículos da China totalizou US$ 440,2 milhões – superando em mais de quatro vezes os US$ 90,3 milhões registrados no mesmo período do ano passado. Em todo o ano de 2022, as exportações de automóveis da China para o Brasil somaram US$ 186,6 milhões. Até o ano passado, montadoras chinesas como BYD e Great Wall não vendiam para o país, mas o cenário mudou. Em julho, a BYD anunciou que abrirá um polo de produção de veículos elétricos na Bahia. O investimento prometido é de R$ 3 bilhões em três unidades no local, com plano de usar o antigo complexo da Ford em Camaçari (BA). A empreitada na Bahia não é a primeira da BYD no Brasil, mas essa será a primeira fábrica da chinesa no país a produzir veículos elétricos. Tendo chegado ao Brasil em 2015, a BYD possui fábricas em Campinas (SP) e Manaus (AM), com foco em baterias e componentes de ônibus. Apesar do avanço nos últimos meses, a participação das montadoras chinesas no mercado brasileiro ainda é pequena. No primeiro semestre de 2023, ela correspondia a apenas 1,6% das vendas de automóveis no país. - Foto: Foto: Divulgação

A montadora chinesa BYD anunciou nesta terça-feira (4/7) que abrirá um polo de produção de veículos elétricos na Bahia. O investimento prometido é de R$ 3 bilhões em três unidades no local, com plano de usar o antigo complexo da Ford em Camaçari (BA).

A empreitada na Bahia não é a primeira da BYD no Brasil, mas será a primeira fábrica da chinesa no país a produzir veículos elétricos. Tendo chegado ao Brasil em 2015, a BYD possui fábricas em Campinas (SP) e Manaus (AM), com foco em baterias e componentes de ônibus.

No caso da planta na Bahia, o plano é ter três unidades fabris: uma para produção de veículos de passeio híbridos ou totalmente elétricos, outra para caminhões elétricos e componentes de ônibus e uma última para processamento dos minérios fosfato e lítio, usados em baterias.

As negociações da BYD para a produção na Bahia já corriam nos últimos anos, em meio à saída da Ford, que fechou a fábrica em Camaçari e interrompeu toda a produção no Brasil, inclusive em outras plantas.

A BYD negocia diretamente com a Ford para a aquisição do polo da montadora americana na Bahia, segundo afirmou na cerimônia desta terça-feira o governador baiano, Jerônimo Rodrigues (PT).

“Inicialmente, a BYD está tratando com a Ford para fazer uma possível negociação. Nós estaremos acompanhando, mas estamos dispostos a fazer o que for possível e preciso para que a gente ajude a resolver essa transação”, disse.

A expectativa é começar a produzir no segundo semestre de 2024 no complexo da Ford que já está construído. A companhia afirmou que a contratação de mão de obra e treinamento deve começar ainda neste ano.

No evento, Rodrigues chegou a afirmar que, se não houver acordo com a montadora americana, o governo da Bahia estaria disposto a encontrar outro local para instalação da BYD.

“Estou muito feliz em ser parte dessa celebração para anunciar a chegada da BYD como a primeira fábrica de carros elétricos no Brasil. Vamos trazer inovação e alta tecnologia para o país”, disse a vice-presidente global da BYD, Stella Li, em evento nesta terça-feira.

BYD já atuava no Brasil

Um conglomerado chinês fundado em 1995, a BYD possui globalmente duas subsidiárias, de veículos (a BYD Auto) e de energia (a BYD Energy). O nome, segundo a empresa, vem da sigla para Build Your Dreams (“construa seus sonhos”, em inglês).

A companhia chinesa chegou ao Brasil em 2015, ao abrir uma fábrica de montagem de componentes de ônibus elétricos em Campinas (SP). Depois, também na cidade paulista, abriu uma segunda fábrica, para produzir módulos fotovoltaicos.

Além das plantas em Campinas, uma terceira fábrica no Brasil foi aberta em 2020 em Manaus para produzir baterias, com uso de fosfato de ferro-lítio. Nos últimos anos, a BYD tem comercializado no Brasil sistemas de armazenamento de energia e chegou a vender máscaras na pandemia da Covid-19.

A BYD também atuou em dois projetos de monotrilho, em Salvador e na linha 17-Ouro em São Paulo.

A empresa passou a vender carros de passeio no Brasil no fim de 2021, e hoje comercializa cinco modelos (todos importados) em concessionárias no país. A BYD ainda não deu detalhes sobre qual de seus carros será produzido na Bahia.

O último lançamento importado para o Brasil foi o BYD Dolphin, um carro de entrada do tipo “hatch” e vendido por menos de R$ 150 mil. Com esse preço, o carro da BYD se torna um dos mais baratos no mercado local de elétricos.

Antes do anúncio da planta na Bahia, a BYD divulgou que havia vendido, nas primeiras seis horas de lançamento, o equivalente a “um carro a cada dois minutos e meio”, com 146 unidades do veículo elétrico comercializadas até então.

Veículos elétricos devem ter entraves no mercado brasileiro

No anúncio desta manhã, a vice-presidente da BYD, Stella Li, afirmou que o objetivo é que a planta na Bahia seja o centro de desenvolvimento de tecnologia e exportações para todo o mercado da América Latina. Além das unidades para produzir carros e caminhões, a BYD também construirá uma fábrica para fosfato e lítio, voltados ao mercado externo.

Um desafio da montadora ao produzir elétricos diretamente no país é o mercado local ainda pequeno para o segmento. Os elétricos, além de mais caros, enfrentam dificuldades de revenda devido ao mercado pequeno e dúvidas sobre a duração de baterias e postos para carregamento.

Executivos do setor costumam afirmar que, no Brasil, a tendência é que a transição energética nos veículos passe sobretudo pelo etanol de cana de açúcar, que emite menos poluentes do que a gasolina e tem valor mais acessível.

A BYD planeja produzir na fábrica em Camaçari também veículos híbridos, isto é, que funcionaram com bateria elétrica e com outros combustíveis. Ainda não há detalhes sobre como será a produção. O governo da Bahia informou que a capacidade será de 150 mil unidades ao ano inicialmente, que poderá ser ampliada para 300 mil no auge da operação.

Em um incentivo à instalação dos chineses, o governo da Bahia já anunciou que a frota de carros do estado será convertida para elétrica. Além disso, Rodrigues afirmou nesta terça-feira que os carros elétricos vendidos no estado por menos de R$ 300 mil serão isentos de IPVA, imposto estadual sobre os veículos. O corte no IPVA foi uma demanda da BYD, segundo o governador.

“A BYD nos pediu a redução do IPVA. Nós estamos aqui garantindo: os carros elétricos produzidos na Bahia, que rodarem aqui na Bahia, com valores até R$ 300 mil, serão isentos de IPVA no Estado”, disse Rodrigues.

A vinda da montadora chinesa para substituir a Ford na operação baiana era uma prioridade do governo Lula, que tem a Bahia como um de seus redutos eleitorais. Li e executivos da BYD haviam se reunido neste mês com o presidente para discutir os detalhes do novo negócio. Jerônimo Rodrigues também acompanhou Lula na viagem à China no início do ano, quando visitou fábricas da BYD.

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